quinta-feira, 28 de abril de 2011

3# - O Retorno do Doutor Morte


Introdução:

Num luxuoso apartamento em Blüdhaven o empresário John Jones encontrasse às pressas tentado lembrar da combinação de seu cofre.

Sua empresa fora à falência meses atrás e, para tentar refazer os negócios, sua idéia pouco brilhante foi recorrer a um salão ilegal de pôquer, onde as apostas são altas e ele poderia reaver seu patrimônio. Contudo, as perdas também são altas e Jones perdeu mais do que tinha.

Agora, além de falido, ele tem que fugir dos cobradores de um figurão do crime organizado local.

Sua esposa o estava aguardando em uma modesta quitinete próxima ao aeroporto, onde esperava por seu marido para poder pegar um avião direto para a França.

Jones já havia comprado as passagens e tudo que lhe restava agora era pegar os diamantes deixados de herança por sua avó que ele guardava em seu cofre e assim teriam dinheiro o bastante para recomeçar a vida na Europa, sem nem ao menos precisar de novas identidades.

Porém, enquanto abria o cofre, o apressado homem não percebeu que atrás dele havia uma figura gigantesca que golpeou-o pelas costas, roubos todos os diamantes e então fugiu.




História principal:

Para a polícia aquele fora apenas mais um latrocídio: talvez Jones tivesse sido forçado pelo criminoso a abrir o cofre e assim lhe entregue as jóias. No entanto Batman não concordava com essa versão.

John Jones era um homem falido, oficialmente estava pobre e ainda por cima era caçado por mafiosos por dívidas numa partida de pôquer. Se nem os gângsters e tampouco a própria Receita Federal estadunidense sabiam que Jones guardava uma pequena fortuna em diamantes, qual seria a chance de um ladrão aleatório ter tal conhecimento?

Portanto a primeira coisa que o Homem Morcego fez foi analisar as câmeras de segurança do edifício. O ladrão era um homem alto, loiro e muito forte. Acessando o banco de dados da polícia era possivel ver que esse homem não tinha nenhum antecedente criminal.

Porém invadir um prédio de alto padrão e matar um homem com as mãos nuas denota o tipo de habilidade que um amador não teria. Então Batman cruzou referências com os arquivos da Interpol.

Um criminoso conhecido apenas como Mikhail era procurado em mais de dez países. Aparentemente ele fora treinado pelas Forças Especiais russas, mas recebeu uma expulsão por comportamento inapropriado, sendo então contratado como capanga em uma das maiores famílias da máfia russa.

Depois de matar o chefão da família à qual ele mesmo servia, passou a vagar pela Europa como mercenário até chegar na América e desaparecer dos radares da polícia internacional.

Alguns acreditavam que em solo americano ele havia se redimido, mas Batman viu a foto e constatou que ele era mesmo o homem que matara John Jones. Contudo, a ficha de Mikhail deixava bem claro que ele jamais planejava os golpes dos quais participava, apenas executava suas missões. Então o Cavaleiro das Trevas deveria descobrir quem foi o mandante desse crime.

Jones possuia pedras preciosas não declaradas co Imposto de Renda, logo não poderia vendê-las de forma convencional. Só restaria à vítima encontrar pessoas que as comprassem no mercado negro, mas a lista de possibilidades era enorme.

Contudo, Batman encontrou no apartamento dos Jones um celular descartável jogado numa lixeira. Lá havia cinco números nas ultimas ligações feitas - todos de joalheiros do mercado negro.

O Homem Morcego deveria se desfarçar então e procurar por algum dels que tivesse ligação com Mikhail.

Contudo, um caderno com uma folha rasgada aparentemente às pressas lhe chamou atenção. Usando um pouco de pó de carbono, ele percebeu que era um bilhete deixado pela esposa de Jones dizendo onde estaria e que havia levado alguns dos diamantes para agilizar a fuga do casal.

Se o assassino viu isso, então ela corria um grande risco de vida. Mas outra coisa intrigou Batman além disso... nas bordas do caderno havia resquícios de um reagente químico que ele já havia visto antes.

Enquanto isso, na quitinete perto do aeroporto, a senhora Jones é surpreendida quando o gigante Mikhail derruba a porta e invade o local. Estapeando a mulher, ele exige saber onde estão os outros diamantes. Ela os dá ao seu algoz, mas ainda assim ele saca uma pistola de gás e aponta contra ela.

Repentinamente Batman invade o local e arranca a arma de Mikhail, derrumabando o ex-militar russo com uma bomba de fumaça. Contudo, ele consegue escapar. Mas era exatamente isso que o Homem Morcego queria. Antes de ir atrás de sua presa, o Cavaleiro das Trevas analisa a arma que ele ia usar: seu conteúdo era o gás letal, inventado e usado por apenas um homem...

Já dentro de seu novo equipamento, um carro superpotenta chamado Batmóvel, o protetor de Gotham segue Mikhail através do sinal de um rastreador que colocara no criminoso antes deste fugir.

Chegando ao local, um restaurante grego fechado, Batman rapidamente encontra uma entrada que levava até o estúdio de um dos mais novos contrabandistas de diamantes do mercado negro de Blüdhaven: Ivan Herd. Porém, antes de chegar até o criminoso, o herói ouve um disparo e vê o corpo de Mikhail tombando, morto.

Com grande velocidade o Cavaleiro das Trevas avança contra Herd arrancando a máscara de silicone que escondia sua verdadeira identidade: o Doutor Morte.

Apesar de seu rosto estar desfigurado pelo incêndio que o teria supostamente matado, certamente era ele. Apontando uma arma com seu gás letal contra Batman, Herd admite que é o Doutor Morte, mas é desarmado pelo Homem Morcego e nocauteado.

Quando a polícia chega encontra os diamantes, o corpo de Mikuail e Herd algemado a um pilar.




 Encerramento:

Algumas semana após a prisão de Karl Hellfern - também conhecido como Doutor Morte e como Ivan Herd - o sargento James Gordon é chamado para investigar uma morte incomum.

Dentro da própria cela Hellfern havia sido atacado e ninguém sabe como. Os músculos de seu rosto queimado estavam contorcidos de modo a formar um grotesco e doentio sorriso. Sua camisa estava rasgada e eu seu peito fora escrito com um picador de gelo: "Imitador".

Os guardas dizem não ter notado nada de diferente, até que Hellfern começou a rir compulsivamente.

De acordo com os legistas, o homem outrora conhecido como Doutor Morte riu até morrer com um ataque cardíaco fulminante. Ao lado de seus corpo sem vida os investigadores encontraram apenas uma carta de baralho trazendo como naipe um coringa.

Confuso, Gordon fiz: "Essa cidade fica a cada dia mais doente".

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Nota: essa história foi apenas baseada no enredo de "The Return of Doctor Death" publicada em Detective Comics #30 em Agosto de 1939, sendo escrita por Gardner Fox e Desenhada por Bob Kane. O texto e os desenhos aqui contidos foram feitos por mim mesmo.

Grato pela atenção e esperando que gostem,
Ricardo.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

3# - A Vinda do Superman



Introdução:

A pouco menos de um mês houve um terrivel desabamento em uma mina de carvão. A policia investigou, mas - de forma muito suspeita - o caso fora arquivado e considerado inconclusivo.

Disfarçado de mineiro, Clark Kent estava trabalhando numa das minas de propriedade de Thornton Blakely para descobrir se o acidente que aconteceu em seu empreendimento antigo fora criminoso, neglicência ou apenas uma fatalidade. Contudo, repentinamente essa mina também começa a desabar.

Às pressas, todo os funcionários correm para fora, mas um deles não tem tempo e acaba ficando preso por uma viga de aço. Thornton, mostrando sua verdadeira natureza mesquinha, ordena que os funcionários saiam logo e não tentem resgatar o amigo, dizendo que este já deve estar morto. No entanto o Homem de Aço age rápido atravessando toneladas de pedra com um soco e resgatando o mineiro ferido.

Ao voltar para superfície, Superman é avisado de que o dono das Minas Blakely estava fugindo, mas essa fuga não dura muito pois o herói detém o seu carro e entre o corrupto funcionário para as autoridades. Dessa vez ele não vai conseguir escapar... nem com suborno.


História principal:

Já de volta à Metrópoles, Clark entrega sua matéria para George Taylor e é parabenizado pessoalmente por Perry White. Sua carreira como jornalista estava começando de forma brilhante.

Lois, por sua vez, estava enciumada: primeiro é obrigada a trabalhar em parceiria com aquele reporter novato do Kansas, depois perdera a primeira matéria exclusiva com o maior herói do mundo, depois também ficara para trás na cobertura do desastroso pouso do ônibus espacial em San Monte e agora, mais uma vez, perdia uma boa pauta para um caipira de Smallville. Ela estava começando a ficar furiosa.

Como se não bastasse, ela ainda levou uma bronca de White por não ter escrito nada sobre a importância da interferência do Superman no final da guerra civil sanmontesa e no quanto sua atitude - tanto na prática como em símbolo - poderia representar uma nova esperança de paz mundial.

Impressionado com a eficiência de Kent e desdenhado a inveja de Lois, Gregory destaca ambos para fazer a cobertura de uma rebelião no maior presídio da cidade.

Se infiltrando nos becos mais perigosos, Lois não entende como um tapado que nem Clark consegue matérias tão exclusivas. Esperta, ela conseguiu para ambos as identidade de um casal de marginais chamado Eduardo e Mirian e com isso chegaram até um vigarista de rua chamado simplesmente de Ugly.

Aparentemente a rebelião foi iniciada por uma mulher misteriosa que invadiu o presídio e soltou, sem motivo algum, todos os detentos.

Após a revelação, eles decidem ir até o local da rebelião e conseguir uma matéria exclusiva. Mas Clark tem medo de que Lois se machuque e a desafia a chegar lá antes dela. Perspicaz, ela chama o primeiro taxi que encontra e se dispede dizendo: "Te vejo quando a diversão acabar, Smallville".

Mais rápido que uma bala, o tímido reporter veste as roupas de Superman e chega quase instantaneamente no presídio, antes que o taxi de Lois sequer tenha conseguido dobrar a primeira esquina.

A situação era tensa e, de acordo com o que sua superaudição captara, alguns daqueles homens estavam com medo de que a libertação que culminou na rebelião fosse apenas um chamariz para desviar a atenção dos guardas enquanto um assassino a mando de alguém muito poderoso faria uma queima de arquivos.

Em meio ao tumulto, o Homem de Aço viu Bea Carroll - a criminosa que tentara se safar culpando Evelyn Curry por seus delitos e fora a primeira pessoa que o herói prendeu quando chegou em Metrópoles.

Apesar de armados, os policiais estavam em menor número e não demoraria muito a serem massacrados por mais de mil detentos furiosos e sedentos pela liberdade, que avançavam com brutalidade brandindo pedaços de ferro e facões, bem como incendiando diversas coisas pelo caminho.

Tão rápido que os olhos humanos sequer conseguiriam notar o rastro, Superman desarmou cada um dos criminosos os jogando de volta em suas celas e emperrando as portas com sua visão de calor.

Ele levou menos de três minutos para fazer isso, mas foi tempo suficiente para que a perigosa Lola Cortez conseguisse capturar o notório Butch Matson dizendo: "Você falhou em apagar a repórter e o chefe mandou entregar sua demissão". Um tiro foi o bastante para que o detento tombasse morto.

Ao voltar para a redação do Estrela Diária, Clark se orgulha por ver a manchete da primeira página, que diz: 'Superman - O Heróis dos Oprimidos'. No entanto sua alegria dura pouco, porque uma Lois Lane furiosa chega, dizendo aos berros: "Não sei como você conseguiu chegar tão rápido, seu caipira imbecil... mas não fez o seu trabalho direito... durante a rebelião houve uma morte que você sequer mencionou, a de Butch Matson - aquele gangsterzinho nojento que tentou me agarrar na lanchonete a dois meses atrás".

A jovem jornalista não sabia, mas ao dizer que Clark não fez seu trabalho direito, ela o fez sentir-se péssimo, pois ele achava que se o Superman tivesse feito bem seu trabalho, Matson ainda estaria vivo.

Os pensamentos dele foram interrompidos pelo grito de Taylor, que queria parabenizar mais uma vez Kent pelo bom trabalho - recompensando-o com o dia de folga - e destacar Lois para uma missão menor: uma matéria sobre o primeiro fã-clube do herói, chamado Supermen of America.

Ao sair da redação, a moça espumava de raiva e Clark achou que ela merecia um prêmio de consolação.




Encerramento:

Ao anoitecer, Lois estava bastante aborrecida: em parte por sentir seu trabalho sendo superado por um rival inesperiente que veio de interior... em parte por odiar crianças e ter sido obrigada a passar a tarde toda com elas, que compõem a maioria dos membros do clube Supermen of America.

Sentada numa espreguiçadeira na sacada de seu apartamento, ela tomou um susto enorme ao ver o Homem de Aço flutuando parado no ar a admirá-la.

Ao ser indagado sobre o motivo de sua visita, ele disse que queria dar uma entrevista para ela. Não com a que deu para Kent, mas uma na qual contasse seus reais segredos. Empolgada, a reporter esqueceu que estava de camisola e sentou-se com um bloquinho de notas na mão dizendo que podiam começar.

Sorrindo, o Homem de Aço começou seu relato dizendo que não é humano.

Seu planeta, Krypton, era o berço de uma sociedade muito evoluída que, porém, não pode escapar de um total desastre natural culminando na destruição do planeta. Seu pai, Jor-El, era o líder do comitê de ciência e, ao ter seus avisos sobre o futuro de seu mundo ignorado, decidiu construir um foguete e mandar seu único filho, Kal-El, para o planeta mais próximo de Kryton que tivesse uma atmosfera tolerável a eles.

Claro que a Terra tinha grandes diferenças. O planeta natal do Superman, por exemplo, possuía uma gravidade 50 mil vezes maior do que a da Terra, o que dava ao Homem de Aço sua força descomunal, indistrutibilidade e capacidade de vôo.

Outra diferença era que o sistema planetário onde Krypton ficava tinha em seu núcleo um sol vermelho e, misteriosamente, o sol amarelo da terra dava certos poderes para o Superman, como a visão de calor.

Encantada com seu estranho visitante, Lois pergunta: "Você pode ler a minha mente". Sorrindo, o Homem de Aço responde que não, mas que em compensação possuía uma espécie de visão de raio-x que lhe possibilitava ver através de qualquer coisa que não fosse chumbo.

Sorrindo com malícia, Lois desafiou o Homem de Aço a ver por baixo de sua roupa. Rindo, Superman respondeu: "Você está sentada atrás de uma mesa de chumbo". Ambos riram.

Após um constragedor momento de silêncio - daqueles que costumam anteceder os beijos - Lois desabafou dizendo que desde garotinha sempre quis voar. Então, estendendo a mão, o herói convidou-a a flutuar com ele para ficar mais perto das estrelas do lindo céu de Metrópoles.

Enquanto ambos flutuam, o rádio que estava ligado tocava uma linda canção "Can You Read My Mind", na inesquecível voz de Margot Kidder.

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Nota: nessa história eu adaptei algumas outras e fiz utilização do primeiro fã-clube do Superman, que realmente chamava-se 'Super Homens da América'. Também é válido ressaltar que a cena final é uma homenagem ao filme Superman, de 1978, com Christopher Reeve. A música que cito é justamente o tema romântico do filme e quem a cantou - Margot Kidder - foi a mesma pessoa que interpretou Lois Lane na mesma película. O texto e os desenhos aqui contidos foram feitos por mim mesmo.

Grato pela atenção e esperando que gostem,
Ricardo.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

2# - A Maldição de Capistrano

Introdução:
Numa taberna, o fanfarrão sargento Pedro Gonzales falava sobre o misterioso fora-da-lei conhecido como 'El Zorro', o que significa 'A Raposa'. No meio dos homens que ouviam o ébrio militar, estava o pacífico dom Diego de la Vega, herdeira da família mais fica da Califórnia e talvez de todo o México.

Pedro fazia bravatas regadas a álcool alegando que esse 'Señor Zorro', como era conhecido, não passava de um assaltante protegido pelos freis que chegara inclusive a rasgar um Z no rosto de um soldado com sua espada. Rogando aos céus, o sargento pedia a oportunidade de enfrentar o bandoleiro que ficara conhecido como 'A Maldição de Capistrano' justamente por ser avistado com frequência naquela região.

Ao ver que uma tempestade se formava, dom Diego pediu licença àqueles que estavam na taberna e se retirou de volta para sua casa, levando um pote de mel.

Pouco depois, uma rajada de vento escancarou a porta do estabelecimento e nele o próprio Zorro adentrou. Segurando um revolver - arma que pouquíssimos usavam ou sequer podiam comprar naquela época - ele ordenou que todos os presentes se amontoassem num canto, menos Gonzales.

Sacando sua espada, o cavaleiro desafiou o sargento, dizendo que o puniria por este ter espancado um índio inocentes a alguns dias atrás.

A luta foi rápida e logo nos primeiros cinco movimentos Zorro desarmou Pedro, mandando sua espada para longe. Depois disso e de diversos comentários de ridicularização, o cavaleiro solitário deu uma surra no antes valente sargento e disse que esse era seu castigo por abusar dos mais fracos. Ao perceber que o ruído da luta atraíra a atenção de outras pessoas para a taberna, Zorro se atirou contra a janela do local, caindo sobre seu cavalo e desaparecendo na escuridão da noite tempestuosa.


História principal:

Na manhã seguinte, quando a chuva cessou, dom Diego foi fazer uma visita à fazenda de dom Carlos Pulido, um homem de sangue nobre mas cujas desavenças com o governador haviam arruinado.

Durante a conversa, Diego explicou que seu pai Alejandro - o homem mais respeitado e influente do México - desejava que ele se casasse logo e, portanto, ele estava pedindo a autorização de Carlos e sua esposa Catalina para cortejar sua filha Lolita, de dezoito anos.

O casal concedeu-lhe esse direito com todo o orgulho que poderiam sentir, pois uma aliança com a familia Vega poderia resolver todos os problemas de Carlos. No entanto, Diego e a jovem Lolita não se entenderam, pois ele não se mostrou um homem de ação, tampouco romântico e viril. Assim, chateada, ele se despediu dele e foi para a varanda afim de aproveitar a hora da sesta.

Pouco depois o sono leve da jovem fora interrompido pelo notório Zorro, que alegava estar lá apenas para apreciar sua beleza. "Sou um ladrão, mas também um homem... e por uma única ordem de seus doces
lábios enfrentaria sozinho uma horda"
, disse ele. A jovem sentiu-se apaixonar aos poucos.

A moça passou o dia todo pensando no aventureiro mascarado que ousara beijar suas mãos naquela tarde cálida, quando algum bateu à porta de casa.

Para a surpresa de todos, era o Zorro, que estava lá para pedir comida a dom Carlos. Desesperado por estar com um criminoso procurado em sua casa, ele mandou que um servo fosse até o presídio avisar as autoridades enquanto ele tentava ganhar tempo, enrolando o cavaleiro solitário.

Num estante de distração do pai, Lolita avisou ao bandido que os soldados logo chegariam e só então o intrépido herói percebeu que a casa já estava cercada. Com um rápido movimento de espada, ele cortou todas as velas da sala, mergulhando o cômoda na mais profunda escuridão. Os soldados invadiram o lugar, mas tudo que ouviram foi o galopar dos cascos do cavalo de Zorro.

Enquanto os soldados adentravam a noite no encalço do fora-da-lei, o capitão Ramon ficara e sem cerimônias fez gosto de aceitar a hospitalidade dos Pulido.

Ao ver Lolita o capitão começou a cortejá-la. Percebendo a rejeição da moça, ele passou a se gabar de suas habilidades dizendo que ainda traria Zorro morto, a quem ele injustamente chamou de assassino. Mas a moça ainda o repudiava. Então, ofendido, ele passou a desfazer dela e de sua familia, dizendo que seu sangue nobre tinha apodrecido ao cair em desgraça perante o governador.

Nesse momento Zorro saltou de dentro de um armário onde estava escondido e desafiou o capitão.

Chamando Ramon de mentiroso, o herói de Capistrano caçoava das habilidades do militar ao esgrimir. Furioso, o jovem soldado lhe desafiou: "se conseguires, me fira no ombro direito". Mal terminou sua frase e a espada do mascarado varou seu ombro direito o derrubando ao chão.

Zorro havia treinado seu cavalo para fugir sozinho enquanto ele se escondia para despistar as autoridades. Mas ao ouvir os sons do galopar dos cavalos do exército, o herói assobiou chamando seu garanhão de volta e crusou veloz como um relâmpago a cozinha dos Pulido, saltando sobre seu cavalo e finalmente desaparecendo na noite.

No dia seguinte, preocupado com o fato de Zorro ter visitado a fazenda dos Punido, dom Diego convidou a familia para passar um tempo na sua casa. Ele estaria fora, em visita a Hacienda de la Vega, a propriedade de seu pai. Ramon, por sua vez, reuniu todos os homens do presídio e ordenou que caçassem Zorro, pois ele queria ver o homem que o humilhou morto.

Já em Monterey, dom Carlos Pulido percebeu que o simples fato de ele ser um convidado na casa de dom Diego já restaurara boa parte do prestígio que a perceguição do governador havia tirado dele.

De noite o dom fora juntamente com sua esposa à casa de um dos nobres da cidade, deixando Lolita sozinha. A menina estava encantada com a riqueza dos moveis de dom Diego e intrigada com o fato de um homem tão covarde e preguiço manter livros sobre esgrima, equitação, romance, violão e táticas militares... livros que pareciam muito manusiados.

Então na porta da frente surgiu o capitão Ramon, que empurrou o funcionário de Diego e obrigou-o a deixar entrar. Lolita pediu para que o capitão não entrasse, pois as pessoas poderiam pensar mal de um homem sozinho com uma dama na casa do pretendente dela.

Então Ramon começou a fazer pouco de dom Diego em sua própria casa e se aproveitando de sua ausência. Por fim o militar agarrou a jovem e tentou beijá-la a força.

Como uma assombração, Zorro apareceu dentro da biblioteca onde estavam. Devivo ao ombro machucado de Ramon, o herói não usou nenhuma arma, mas deu-lhe uma grande surra, fazendo com que se ajoelhasse, implorasse desculpas a senhorita e, por fim, chutando o homem para fora da casa como se fosse um saco de lixo. Em agradecimento, a apaixonada Lolita beijou seu protetor mascarado e, depois, ele sumiu.

Humilhado, Ramon voltou ao presídio onde escreveu uma carta mentirosa para o governador acusando os Pulido de auxiliarem Zorro.

O herói invadiu o prédio se aproveitando de que a maioria dos soldados estava fora à sua caça e deu mais uma surra em Ramon, ordenando que ele deixasse os Punido em paz. Contudo, ele ouviu o som dos cavalos dos soldados se aproximando: eles estavam de volta.

Fazendo o capitão de refém, Zorro saiu pelo presídio e cavalgo escuridão a dentro sendo perceguido de perto pelos soldados. Um a um ele ia vencendo até que ganhou uma distância razoável e desapareceu completamente, sem deixar rastros.

Esperto, o sargento Pedro Gonzales sabia que estavam perto da residência do frei Felipe, um idoso religioso muito conhecido por ajudar os fracos. Os soldados cercaram a casa do frei e o forçaram a abrir a porta em busca do herói mascarado. Mas, para o espando de Gonzales, a única pessoa que ele encontrou lá dentro além do próprio frei era dom Diego, que estava descançando da jornada de volta da casa de seu pai.

No dia seguinte, próximo ao meio dia, Diego voltara a Monterey e fora surpreendido por uma cena que jamais poderia imaginar: o frei Felipe estava sendo arrastado por soldados e tinhas diversas marcas que denotavam espancamento.

Ele estava sendo acusado de ter enganado um comerciante de couro e durante seu jugamento ele disse ao magistrado que aquilo era um ultrage e que só estava sendo punido por discordar dos abusos absurdos do governador e seus comparsas igualmente corruptos. O magistrado então condenara a frei a pagar o comerciante e a levar quinze chibatadas: cinco pelo roubo alegado e dez por insultar o governador.

O idoso frei aguentou os golpes de chicote sem esboçar um sinal de dor que fosse.

Ao anoitecer o comerciante mentiroso e seu assistente, que foram mandados pelo governador para acusar injustamente o frei, estavam comemorando quando, na volta para casa, foram abordados pelo Zorro. O herói arrancou a camisa de ambos e açoitou-os brutalmente, em retaliação ao tratamento injusto recebido pelo frei.

Pouco depois o herói se dirigiu a taberna, onde fez sete homens de refém juntamente com o magistrado corrupto que mandou açoitarem o frei. Com sua pistola ele conduziu todos a um peloutinho, onde ordenou que arrancassem a camisa do magistrado e cada um o açoitasse quinze vezes. Ameçava, ainda, dizendo que se visse alguém batendo fraco, não seria clemehte e atiraria contra essa pessoa.

O taberneiro avisou as autoridades e pouco depois havia mais de uma dúzia de soldados atrás do Zorro. Ele enfrentou e venceu cada um deles e ainda por cima chicoteou o taberneiro por sua traição.

Zombeteiro, saiu pela noite dizendo que não havia soldados o bastante pra tornar a luta interessante.

Um grupo de cerca de trinta jovens nobres - das famílias mais ricas da California - armou-se e decidiu perseguir o Zorro. Havia quatro caminhos a se tomar, sendo um deles escolhido pelos soldados. O grupo de jovens de dividiu em três e cada destacamento de dez rapazes seguiu uma estrada diferente.

Ao chegar na imponente Hacienda de la Vega, encontraram o poderoso dom Alejandro conversando com seu filho Diego e pediram hospedagem, pois estavam exaustos de caçar o "Señor Zorro".

Enquanto Diego ia dormir, os jovens e seu pai comemoravam ao som de música, risos e na companhia de caríssimas garrafas de vinho. Em dado momento um rapaz levantou-se, erguendo sua espada e dizendo que gostaria que Zorro estivesse lá. E uma voz que vinha da porta respondeu: "Señores, ele está".

Injuriado dom Alejandro desafiou o salteador para uma luta, mas este alegou que estava lá apenas para conversar. Todos na sala - nobres de fortunas e influência incomparáveis - conheciam muito bem a podridão do governo e, apesar de nada fazer, se irritavam ao ver a forma como os pobres, índios e freis eram tratados. O que Zorro tinha a sugerir é que aqueles jovens bem-nascidos se unissem a ele - simplesmente pela sede de aventura - na defesa dos oprimidos. Sábio, dom Alejandro decidiu apoiar Zorro e os jovens o seguiram com entusiasmo, decidindo que daquela noite em diante seriam um grupo secreto conhecido como 'Os Vingadores'. O mascarado prometeu que assim que tivesse um plano avisaria um deles, que repassaria o recado aos demais. Dito isso, a Maldição de Capistrano saltou pela varanda e desapareceu na noite.

No dia seguinte a carta que Ramon enviara a Reina de Los Angeles finalmente mostrou seu efeito e o governador chegou em Monterey. Mentiroso, o capitão disse ter certeza de que os Pulido ajudavam Zorro pois este estava na fazenda deles e depois na casa de dom Diego quando eles eram seus hóspedes.

Os olhos do cruel governador brilharam e ele mandou metade de seus homens a fazenda dos Pulido. Eles seriam presos por traição ao governo... a familia toda.

A prisão de dom Carlos, Catalina e Lolita fora um ultraje. O governador, ainda por cima, pagou peões para insultar a familia e jogar coisas neles. Quanto mais os Pulido fossem humilhados, mais feliz o governador ficaria. Por fim os três foram jogados numa cela imunda com estupradores, prostituras e assassinos.

A prisão daquela familia claramente inocente serviu apenas para enfurecer os jovens nobres e reacender o ódio pelo governador nos corações dos aristocratas mais velhos.

À noite, porém, Zorro convocou seus vingadores para o resgate de dom Carlos e sua familia.

Ajudado por 26 jovens nobres armados e mascarados, o heróis entrou no presídio e libertou os Pulido. Carlos não queria ser resgatado e foi levado contra a vontade. No entando, alguns soldados flagraram o acontecimento e a batalha começou. Zorro e todos os seus companheiros conseguiram fugir, dividindo-se em três grupos: um levaria Carlos para Pala, outro levaria dona Catalina para a fazenda de dom Alejandro e Zorro levaria Lolita ao frei Felipe.

Depois de uma longa fuga, Zorro deixou sua amada na casa de frei Felipe e entrou com seu cavalo na casa de um nativo que era seu amigo, desaparecendo assim da estrada sem deixar pistas.

Contudo, o sargento Pedro Gonzales era um homem esperto e mais uma vez se dirigiu à casa do frei, que voltou a invadir e ordenou que seus homens buscassem pelo herói ou por um dos prisioneiros resgatados. Lolita foi encontrada escondida atrás de um grande amontoado de couro.

Mas apesar de todas as chances estarem contra ela, a jovem nobre agarrou uma faca de curtume e apontou contra o próprio peito, ameaçando se matar. Gonzales sabia que, por ter sangue nobre, ela não deveria ser tratada como um criminoso qualquer e teve medo da ira do governador no caso de a moça morrer ou se ferir e, por isso, deixou Lolita fugiu. A jovem montou seu cavalo e rumou o mais rápido que podia para Monterey.

Entrementes Zorro voltou ao presídio, se aproveitando de que o capitão Ramon estaria sozinho lá. Rapidamente ele fez o militar de refém e ordenou que este o levasse até a casa de dom Juan Estados, um fidalgo da região que estava hospedando o governador.

Fazendo também dom Juan e o governador de reféns, o fora-da-lei forçou Ramon a contar que mentiu na carta que mandara ao palácio do governo e, portanto, fora deposto de seu cargo, caindo em desgraça.

Finalmente Zorro desafiara o ex-capitão para um ultimo duelo. O ódio de Ramon lhe dava forças, ao passo que tornava seus movimentos descuidados. Aos berros o governador dizia que se o ex-militar conseguisse derrubar 'El Zorro' teria seu cargo de volta. No entanto Ramon teve o estômago perfurado pela lâmina do herói e em seu rosto recebeu três cortes que formavam um Z - a marca do Zorro.

Ao sair da casa de dom Juan, o mascarado percebeu que já havia amanhecido. Pior: dos quatro únicos caminhos que ele poderia percorrer três estavam repletos de soldados voltando a Monterey e o quarto trazia Lolita fugindo em disparada de Gonzales e seus demais perseguidores.

Acolhendo sua amada em seu cavalo, Zorro se dirigiu à taberna, onde expulsou todos que estavam e fez uma barricada na porta. Para o casal de amantes, o fim parecia certo.

O lugar estava cercado e o governador ordenava aos quase cem soldados que invadissem o local e matassem o fora-da-lei. Houve um intensa troca de tiros e, quando as balas do cavaleiro solitário terminaram Lolita fez um ultimo pedido: queria ver seu verdadeiro rosto.

Porém o barulho de confusão fez os soldados cessarem fogo e Zorro olhou por entre uma fresta.

Vinte e três dos 26 rapazes que auxiliaram Zorro no resgate dos Pulido estavam se aproximando, com suas melhores roupas e sem máscara. Se colocando entre os soldados e a porta da taberna, eles exigiram que Zorro e os Pulido fossem perdoados de seus crimes.

Ao ver dom Alejandro, o governador se aliviou. Porém, ao pedir ajuda do aristocrata mais poderoso do México, o político apenas descobriu que os Vega também apoiavam o Zorro. Ter dom Alejandro de la Vega e vinte e três jovens representantes das familias mais ricas da California contra si seria loucura, então sem escolha o governador decidiu perdoar tanto Zorro quanto os Pulido.

Gonzales suspirou triste, pois a recompensa era o que ele mais queria.

Então ouviu-se uma risada vinda do teto da taberna e 'El Zorro' disse que mandaria o taberneiro servir o sargento um tanto de vinho equivalente ao preço da recompensa. Contrariado, o sargento disse para si mesmo: "É um cavalheiro mesmo".

Por final o herói mascarado mandou que Lolita fosse buscar seus pais e cavalgou para longe, empinando seu garanhão negro no horizonte - bem na linha do sol nascente.

Onde houver injustiça, os californianos sabem que poderão contar com Zorro - a Maldição de Capistrano.










Encerramento:

Poucos minutos depois, num enorme saguão abaixo da residência de dom Diego de la Vega Zorro retira a máscara e se revela para o fiél mordomo mudo Bernardo como o filho de dom Alejandro.

Aos quinze anos de idade ele viu um amigo seu nativo e idoso sendo espancado por soldados só por não ser branco. E depois disso começou a reparar como os homens da lei molestava os freis e tomava deles seus poucos pertences, terras e direitos. Por isso, em seus estudos na Espanha, ele se tornou um esgrimista brilhante, bem como estrategista notável e cavaleiro com habilidades inigualáveis.

Sendo assim, sarcástico, ele diz a Bernardo o que o 'covarde' dom Diego vive dizendo a todos para não levantar suspeitas: "Estes são tempos turbulentos... um homem sequer pode meditar ouvindo música e lendo poesias". Assim, covarde e amigo dos sargentos, Diego sempre faz Zorro estar um passo a frente deles.

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Nota: essa história é baseado na novela de Johnston McCulley chamada "The Curse of Capistrano", sendo que tomei a liberdade de usar alguns aspectos da famosa serie de TV do personagem criada pela Disney. O uniforme, que pode parecer bastante estranho, é exatamente o descrito nesse conto. Só tomei a liberdade de mudar o final pois, como McCulley não imaginava o sucesso de seu próprio personagem, no final da história original Zorro tira a máscara na frente da cidade toda, revelando sua identidade para todos O texto e os desenhos aqui contidos foram feitos por mim mesmo.

Grato pela atenção e esperando que gostem,
Ricardo.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

2# - A Fênix na Espada





Introdução:

Após a vinheta de abertura do programa de televisão chamado "Marvels", aparece seu apresentador, Phil Sheldon. Fotógrafo do Clarim Diário desde os anos 40, ele presenciou o surgimento de todos os grandes heróis das eras de Ouro e Prata.

"Muito antes do surgimento da História Escrita havia uma terra de reis e bárbaros. Numa era conhecida como Hiboriana imediatamente posterior ao colapso da Atlântida, havia um local chamado Ciméria. Hoje este reino fascinante ficaria na Europa Central, nas regiões germânicas, mas na época ficava ao Sul de  Aesgaard (Noruega), e ao Norte de Aquilônia (Faixa Grecoromana)", explica apontando um mapa, "Mais ao sul, onde hoje fica a Líbia, havia a Stygia, lar dos precursores da civilização egípcia".

Olhando rapidamente para as anotações sobre sua mesa, ele continua: "No entanto, muitos anos antes... numa ápoca conhecida como Era Thuriana e onde a Atlântida ainda existia , houve um bárbaro de nome Kull".

"Dizem que ele nasceu pouco antes de o continente afundar e que, abandonado pelos pais numa floresta, fora criado por tigres até ser encontrado por uma tribo do mar" - continua - "Considerado traidor por impedir que uma jovem fosse queimada até a morte (a matando antes que o fogo a atingisse), fugiu. Em sua vida fora escravo de piratas lemurianos e gladiador do Reino da Valúsia. Nas arenas sua coragem foi reconhecida e ele tornou-se um soldado... depois um oficial... por fim, o comandante da Legião Negra do rei. Mas instigado por nobres, matou o soberano do país tornando a si mesmo rei da Valúsia".

"Mil e quinhentos anos após sua morte, a Valúsia tornou-se o Reino da Aquilônia governada por um homem cruel chamado Numedides" - mais imagens são mostradas - "Seu braço despótico, contudo, fora decepado por um bárbaro cimério chamado Conan, que após derrubá-lo tornou a si mesmo o rei da Aquilônia. Para muitos ele era uma encarnação de Kull".

"Se essa história é verdadeira ou não passa de uma lenda", conclui Sheldon, "cabe apenas ao tempo dizer".


História principal:

O cruel Ascalante, ex-nobre aquilônio e temido assaltante, ordenou que quatro figuras sombrias se dirigissem ao palácio real de Tarântia, capital da Aquilônia.

As figuras em questão eram: Dion, herdeiro legítimo da coroa que Conan usurpara; Gromel, combatente que almejava comandar o imponente exército dos Dragões Negros de Tarântia; Volmana, nobre de baixa posição que desejava grandes fortunas; e Rinaldo, poeta que odiava toda a forma de poder. Juntos, os quatro tornaram-se os rebeldes que ambicionavam derrubar o rei Conan.

No entanto, os quatro consideravam-se clientes de Ascalante, enquanto ele os via como serviçais tolos que executariam suas ordens e depois poderiam ser despensados como lixo.

Mas nem todos os servos do cruel criminoso eram tão ingênuos quanto esses quatro.

O escravo pessoal de Ascalante, Thoth-Amom, já fora o mago mais temido da Stygia. Porém caiu em desgraça ao perder o Anel de Set que lhe dava poder e assim ficar à mercê de seus inimigos. Ao buscar ajuda de Ascalante, fora escravizado sob a ameaça de que seu paradeiro seria revelado aos magos que o caçavam se ele não obedecesse as ordens de seu novo mestre. E quanto mais o tempo passava, mais ódio o mago escravizado nutria.

Numa determinada noite o efetivo de soldados aquilônios diminuiria graças a uma viagem de alguns nobres locais a Nemédia e o chefe da guarda pessoal de Conan fora subornado para facilitar a entrada dos rebeldes, que planejavam matar o barbaro enquanto este dormia.

Ao anoitecer, Toth-Amom fora secretamente ao feudo de Dion, contar a ele os planos de traição de Ascalante e pedir ajuda quanto às ameças que sofria. Nesse interim ele percebeu que era justamente em poder do obeso e relapso nobre que estava o Anel de Set, artefato que o tornara (e voltaria a tornar, no futuro) o mago mais poderoso da Terra.

Sem piedade, matara Dion e invocara com os poderes do anel um Servo das Sombras - meio lobo, meio gorila. E sua ordem foi clara: "Olhe nos olhos de Ascalante e destrua sua alma antes de estraçalhar sua garganta... mate ele e quem estiver com ele". Silencioso, o Servo foi cumprir sua missão.

Enquanto isso Conan sonhou com o velho Epimitreus, que fora conselheiro de Kull mil e quinhentos anos antes. No sonho, o velho sábio dizia que o destino da Aquilônia e do bárbaro cimério estavam interligados e o avisou sobre ameaças não-humanas que ele enfrentaria. Por fim, tocou a espada do guerreiro fazendo com que a imagem de uma fênix se formasse em sua empunhadura.

Nesse interim, os três rebeldes - liderados por Ascalantes - adentraram o palácio real, mas ao invadir os aposentos de Conan foram surpreendidos pela imagem do bárbaro armado e esperando por eles.

A luta foi brutal. Tanto Gromel, quando Volmana e Rinaldo acabaram encontrando a morte na lâmina do machado empunhado pelo bárbaro cimério, que em sua fúria fez com que todos os seus oponentes compreendessem que ele era de fato uma reencarnação de Kull.

Agora sobrara apenas o próprio Ascalante, mas antes que o bárbaro pudesse atacar, seu oponente foi agarrado pelo terrível servo das sombras conjurado por Tuth-Amom. Ao olhar profundamente nos olhos amarelos da criatura, a alma do criminoso se despedaçou. Pouco depois, seu corpo também foi partido ao meio pela força descomunal daquela criatura das sombras.

Seguindo sua órdem - que o mandava matar Ascalante e quem quer que estivesse com ele - o monstro partiu para cima de Conan, que o golpeeou com o machodo apenas para ver a arma de amassando ao tocar o crânio da criatura, sem causa dano algum.

Sem opção, o cimério apanhou a espada com o símbolo da Fênix e desferiu diversas punhaladas contra a criatura, enfim matando-a, para o espanto de seus guardas que chegaram logo depois.

Aquela, porém, seria apenas uma aventura de uma vida que ainda se tornaria repleta de façanhas.
















Encerramento:

A risada zombeteira de Thoth-Amom pode ser ouvida por todos os aposento do lar que pertecia ao recém-falecido Ascalante. Agora, o principal sacerdote do deus-serpente Set tinha apenas uma missão: matar Conan.

E para isso, estava disposto a reunir os maiores feiticeiros e formar o Anel Negro.

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Nota: essa é uma releitura da história original "The Phoenix on the Sword" escrita por Robert Ervin Howard para a revista Weird Tales em Junho de 1932. A interpretação é baseada  na obra roteirizada por Roy Thomas e desenhada por Vicente Alzazar, fazendo também referência à história de Kull que fora rejeitada pela pulp Argosy e a "By This Axe, I Rule", do próprio Robert E. Howard. O personagem Phil Sheldon foi criado especialmente para a série "Marvels" escrita por Kurt Busiek e Ilustrada por Alex Ross. O texto e os desenhos aqui contidos foram feitos por mim mesmo.

Grato pela atenção e esperando que gostem,
Ricardo.