quinta-feira, 31 de março de 2011

2# - A Origem do Gavião Negro



 Introdução:

Depois de quase um mês trabalhando em um sítio mexicano com a ajuda de um dos maiores paleontólogos do mundo, o arqueólogo Carter Hall finalmente volta para casa em busca do descanso merecido.

Contudo, ao chegar, ele vê uma encomenda mandada por um amigo seu.

Na caixa, vinda direto do Egito, constava uma carta pedindo para que Carter tentasse traduzir secretamente as inscrições gravadas no estranho metal encontrado nas proximidades do Saara e uma espécie incomum de armadura composta por duas máscaras de gavião, dois tipos de proteção peitoral, dois um cinturões com saiotes egípcios e dois pares de asas, bem como um punhal e uma maça.

Apesar de dourado, o metal que formava aquela estranha indumentária não era ouro. Curioso, Carter pegou o punhal. Nesse momento, sua mente foi invadida por uma série de memórias retrocognitivas.

Em outra vida, na Inglaterra do começo do século XX, ele se viu como o detetive James Wright, perdidamente apaixonado pela jovem Sheila Carr. No Velho Oeste, mais de um século antes, ele se viu como Hannibal Hawkes, o notório pistoleiro Falcão da Noite na companhia de sua amada Cinnamon. A frente do comando da Virginia Companhia, no século XVI, ele se viu como o capitão John Smith em busca de sua amada Pokahontas. Na Alemanha do século XIV, ele foi o ferreiro Koenrad Von Grimm, que morreu por amor. E na Grã Bretanha do século V, como o lendário Brian Kent, mais conhecido como Cavaleiro Silencioso, ele lutava pelo amor de lady Celia Penbrook.

Depois de todas essas imagens retrocognitivas, Carter Hall enfim desmaiou. Desacordado, teve uma visão.

Era o Egito Antigo, durante o reinado de Ramsés II, na 19ª Dinastia. Ele era o príncipe Khufu... um nobre que acreditava que seu ka (ou alma) não viajaria para o Reino dos Mortos no seu pós-vida, mas sim ficaria entre os mortais num ciclo perpétuo de reencarnações.

Dessa forma ele e sua amada esposa Chay-Ara estariam fadados a permanecer eternamente no mundo mortal.

Confirmando uma antiga profecia do mago Nabu, uma estranha aeronave caiu no deserto. Khufu, Nabu e o temido guerreiro Teth-Adam foram até o local da queda. Lá o mago lançou um feitiço que fez com que as palavras estranhas pudessem ser compreendidas por todos. Aparentemente a nave vinha de um planeta longínquo chamado Thanagar e carregava uma substância chamada Metal Enésimo: uma matéria poderosa - feita usando tecnologia e magia - que era capaz de desafiar a própria gravidade.

Levada para o Templo de Hórus, em Erdu, a nave foi estudada a exaustão. O metal fora usado para forjar duas armaduras em forma de gavião, uma para Khufu e outra para Chay-Ara. Além de lhes dar um poder quase divino, o metal fundiu a alma dos amantes permanetemente e deu-lhes o conhecimento coletivo de Thanagar.

Tomado por inveja, o sacerdote Hath-Set usou o punhal enésimo para matar o casal de príncipes. Porém, sabendo que iriam para sempre reencarnar, ele lançou sobre ambos uma maldição: em todas as vidas eles encontrariam o amor um nos braços do outro, mas perderiam a vida nas mãos de um Hath-Set reencarnado.

Finalmente, depois dessa visão, Carter Hall acordara. Agora ele sabia quem é e conhecia sua missão.


História principal:

Cruzando os céus de Midway City, o herói vê quase uma centena de pessoas fugindo desesperadas de dentro do metrô. Então decide ir até lá averiguar o que está ocorrendo. A fonte do distúrbio era uma explosão incomum de eletricidade, que enchia o saguão de embarque com uma estranha luz azul.

No entando para o espanto do arqueólogo, que agora era conhecido como Gavião Negro, o que mais lhe chamou atenção não fora as faíscas bruxuleantes, mas sim uma mulher no meio da multidão. Ela era, com certeza, a encarnação de sua amada Chay-Ara. Ao ver que um dos raios elétricos a atingiria, o herói se apressa em salvá-la e então eles conversam.

O nome da jovem era Shiera Sanders e ela está muito espantada, porque também sente que conhece o Gavião Negro. Timidamente, confessa que há alguns dias atrás também tivera visões exatamente iguais às de Carter. Com isso o herói tem a mais plena certeza de que encontrara sua amada.

Apesar de deslumbrado com sua amada, Carter lembra que ainda deve enfrentar o misterioso distúrbio elétrico. Os golpes de sua maça parecem drenar a eletricidade, deixando apenas um leve rastro.

Então ele segue esse rastro e chega até a residência do doutor Anton Hastor, um gênio na área elétrica da Física Teórica. Hastor, que também teve visões e crê ser a reencarnação de Hath-Set. Ambos lutam e, para a surpresa do Gavião, de alguma forma Hastor conseguiu hipnotizar Shiera e trazê-la até seu laboratório.

Com um rede feita de metal enésimo, o Gavião Negro consegue libertar sua amada do controle mental de Hastor e tomado por fúria ataca seu nêmese ancestral com golpes coléticos que causam o incêndio do laboratório e, aparentemente, fazem seu inimigo ser consumindo pelas chamas.

Shiera é nova na cidade, mas enquanto conversava com o Gavião - além de contar sobre suas lembranças de Khufu lutando contra os soldados de Hath-Set para salvar sua antiga encarnação - ela também comenta que é historiadora e procurava um trabalho em Midway City.

Dias depois ela é procurada por Carter Hall, que lhe oferece um emprego no museu onde trabalha. Muito contente, ela aceita, tendo a impressão de já conhecer Hall há muito tempo.








 Encerramento:


Quase um mês depois, em Nova Iorque, Carter Hall e Shiera Sanders investigam vestígios de uma raça misteriosa chamada Fantasmas do Fogo e que aparentemente vivem dentro de um vulcão na Ilha de Krakatao.

Hall está preocupado em permitir que Shiera vá para lá, mas ela ignora seus protestos e decide ir mesmo assim.

Para proteger sua amada, Carter Hall veste a armadura do Gavião Negro e sai em disparada para seguir Shiera. O que ele não imaginava era que um helicóptero do Exército Americano atiraria contra ele. Tonto pelas rajadas concussivas que recebeu, o herói cai no meio do Central Park.

Ao se recuperar, percebe que está cercado por dezenas de soldados armados.

Tomando a frente, uma mulher de atitude destemida e voz de trovão diz: "Eu sou Amanda Waller. Sabemos que você seu nome é Carter Hall, Gavião Negro. O governo está enfrentando uma crise que está sendo mantida em sigilo para não alarmar a população e precisamos de superhumanos como você. O senhor já ouviu falar na Sociedade da Justiça?".

Hall diz nunca ter ouvido falar e ela continua: "Vá para Krakatao e aproveite para passar momentos agradaveis com sua namoradinha nas ilhas gregas, mas volta na data impressa no cartão que estou lhe dando e compareça ao local e na hora marcados".

Sem dizer mais uma palavra que fosse, Waller manda os homens recuarem e se retira.

Parado por alguns segundos, Carter pensa no que poderá estar acontecendo. Depois, quando retoma seu vôo atrás de Shiera, repete para si mesmo: "Sociedade da Justiça?".

sábado, 26 de março de 2011

2# - O Mistério dos Roubos das Cargas de Trem

 Introdução:

A noite prometia ser inesquecível e a casa de shows já havia esgotado todas as poltronas.

A cada truque do incrível Zatara, a platéia enlouquecia. Um misto de espanto, curiosidade e empolgação tomava conta de todos os espectadores. O mago os tinha em suas mãos.

Contudo, um assistente de palco que também se via abismado com as façanhas inacreditáveis do mestre dos mágicos, acabou inadvertidamente jogando uma ponta de cigarro acesa em um cesto cheio de papéis. Era o prenúncio de uma tragédia.

Os papés se inflamaram, fazendo com que o cesto de madeira ardesse em chamas. Não tardou muito até uma poltrona também sucumbir ao fogo, que consumiu uma cortina e tão rápido quanto o cair da noite se espalhou por todo o palco. O olhar do público, ainda perplexo, pairava sobre as chamas bruxuleantes sem entender se era de fato um acidente ou apenas mais um dos números de Zatara.

Com a velocidade do pensamento, o mago bradou "eugapa es ogof o euq onedro" e em resposta imediata as labaredas desapareceram... como num passe de mágica.

O público foi ao delírio e assim terminou mais um dos incríveis shows de Zatara, o mestre do ilusionismo.




História principal:


No camarim, o mago chamou seu assistente, Tong, e lhe mostrou uma imagem que se formava em sua bola de cristal: a Tigreza havia retornado e estava auxiliando uma quadrilha de ladrões de trem.

Enquanto isso, numa estação de trem não muito distante, dois detetives chamados Brady e Brown estão escondidos em um dos vagões que viriam a ser roubados. Eles investigavam a quadrilha a mais de três meses e não pretendiam deixar os criminosos escaparem ilesos de mais esse roubo.

Seguindo três figuras sinistras, os dois agentes da lei sobem em um dos vagões.

Misteriosamente, Brady desaparece. Nesse interim, Brown tem a sorte de ver o reflexo do luar contra o cano de aço de uma pistola e salta do trem antes que o tiro seja disparado.

Ainda assim, uma queda daquela altura e em tamanha velocidade certamente seria letal. Contudo, para a sorte do detetive, o colossal Tong detém sua queda, enquanto Zatara conjura um feitiço que cura as contusões do agente ferido. Aparentemente, segundo Brown, Brady era um traídor e estava com a quadrilha.

Alguns minutos depois, enquanto investigam os trilhos em busca de pistas, Zatara e seus companheiros encontram o corpo sem vida de Brady. Se ele realmente traiu a lei, pagara um preço elevado por isso.

Analisando o veículo parado, o mago também percebe algo incomum: o vagão do qual Brady fora jogado para morrer estava marcado com um círculo feito com giz. Provavelmente os criminosos marcavam assim os vagões destinados ao roubo.

Mas enquanto o mago divagava, seus pensamentos foram subitamente interrompidos pela chegada de Babcock, o inspetor de trens.

 Em tom rude, o funcionário da companhia ferroviária disse que não admitiria a interferência de Zatara.

Depois que ele partiu, o mago se reuniu com o capitão de polícia Kennedy e traçou um plano: o trem sairia à meia-noite, então todo o carregamento de valor que pudesse portar deveria ser retirado dele e substituído por caixas com policiais dentro. Assim, os ladrões teriam uma grande surpresa.

Mas cerca de uma hora depois, o mestre dos mágicos fora atacado traiçoeiramente pelos homens da Tigreza, que o derrubaram e amarraram. Vendo seu arquiinimigo enfim preso, a vilã apareceu e ordenou que ateassem fogo na cabana onde o mago estava preso, fazendo com que ele encontrasse seu fim nas chamas.

Quando o incêndio começou, os criminosos foram embora.

Apenas alguns minutos foram o bastante para que o casebre fosse reduzido a cinzas. Misteriosamente, Babcock apareceu para confirmar a morte de Zatara e informar sua cúmplice: Trigreza.

Repentinamente, o mago se materializou ao lado de Tong. Com a culpa do inspetor de trens mais do que óbvia, o enorme guardacostas indiano pôde golpeá-lo para entregar o corrupto funcionário da ferrovia para as autoridades. Mas ainda faltava deter um roubo...

Entrementes, os ladrões finalmente chegaram ao vagão marcado com giz, mas descobriram que as caixas com objetos de valor foram tiradas de lá e que o local estava repleto de policiais.

Usando mais uma vez o truque do teleporte, Zatara os surpreendeu. Conjurando outro feitiço, o mestre dos mágicos fez com que a porta do vagão se fechasse, trancando os ladrões em seu interior e já em poder da polícia local. Agora seria apenas questão de esperar até que o capitão Kennedy aparecesse.

Porém, para a surpresa do mago, a Tigreza veio em auxílio de seus cúmplices e apontou-lhe uma pistola, dizendo que estava farta de suas interferências. Com um simples gesto, Zatara transformou a arma em uma banana, desarmando sua oponente. Finalmente ele prenderia a notória Tigreza. Contudo, a esperta criminosa saltou do vagão e desapareceu entre as sombras da noite.

Já de manhã, após longas horas de interrogatório, Babcock confessou que fora procurado pela Tigreza e que ele mesmo orquestrou os roubos e reuniu os capangas. Dessa forma, admitindo que Brady era inocente, o corrupto funcionário da companhia de trens fora levado para a cadeia, onde passaria muitos anos.







Encerramento:

Mais tarde, no anoitecer daquele novo dia, a Tigreza entra em uma igreja abandonada onde é confrontada por uma criatura primordial conhecida apenas como "O Mal".

De joelhos, ela implora clemência por não ter conseguido eliminar um dos pilares mágicos da Terra. Indiferente, a criatura abissal envolve a criminosa nas trevas que a queimam como ácido até que tudo aquilo que reste da notória Tigreza seja pó. Ela está morta.

Entrementes, a criatura sente uma presença de algo celestial e profano nos pântanos de Houma, na Luisiana.

Uma risada demoníaca toma o lugar de assalto e em segundos, aquela criatura de tamanho equiparável ao do Universo, desaparece como que por encanto.

Nota: Essa história é baseada na original 'The Mystery of the Freight Train Robberies', escrita e desenhada por Fred Guardineer em Junho de 1938 para Action Comics #1 (mesma edição na qual estreou o Superman). Também há referências sobre a origem de Zatara e à saga "American Gothic", escrita por Alan Moore em junho de 1885 para o Monstro do Pântano. O texto e os desenhos aqui contidos foram feitos por mim mesmo.  

Grato pela atenção e esperando que gostem,
Ricardo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

2# - Batman Enfrenta o Doutor Morte


Introdução:

Um industrial chega em sua casa cansado de um dia de trabalho e percebe que a porta fora forçada. Com medo, ele pega a chave-de-roda em seu portamalas e entra.

Esperando por ele havia dois homens mascarados: Howard e Jabah.

Perplexo, o homem vê sua esposa e filho mortos no chão da sala. Consumido pela raiva, o dono de uma das maiores indústrias do ramo de química de Gotham City avança colérico contra aqueles que mataram seus entes queridos, mas tudo que consegue é tombar morto com um tiro à queimaroupa no peito.

Após o triplo homocídio, os dois homens fogem usando um carro roubado e dirigindo freneticamente pelas ruas da cidade. Porém, eles não contavam com uma coisa: Batman.

Howard saca uma pistola de 9mm e praticamente a descarrega sobre o Homem Morcego. Enquanto os dois travam uma luta feroz na qual o herói tem por principal preocupação evitar balas perdidas que possam ferir inocentes, Jabah foge.

Minutos depois, quando a polícia chega, apenas encontra Howard sem máscara e amarrado a um poste.

História principal:

Quando Jabah consegue retornar para seu esconderijo - uma mansão que lembrava um palacete - se dirige aos andares inferiores, onde fica o laboratório de seu chefe.

Ao chegar lá vê seu patrão, Karl Hellfern, terminando sua ultima e definitiva experiência: um veneno letal.

Uma série de assassinatos vinha vitimando donos de grandes industrias químicas e a imprensa apelidou o assassino de "Doutor Morte", mas ele era na verdade o Dr. Hellfern.

Vendo a chegada de seu assistente, Hellfern pergunta como foi a missão e Jabah responde: "O cara tá morto, doutor... só que quando a gente tava fugindo surgiu uma sombra do nada - que parecia demoníaca - e pegou o Howard... acho que era o tal do Batman".

Por alguns instantes Karl fica pensativo: havia preparado um veneno muito potente para poder matar seus concorrentes sem a necessidade de violência direta, mas o tal Batman havia resolvido muitos crimes e, conforme Jabah presenciou, ele não era um mito. Algo deveria ser feito para eliminar o Homem Morcego antes que ele estragasse novamente os planos do Doutor Morte.

Assim sendo, Karl mandou para o jornal Globo Diário um desafio para o Homem Morcego, dizendo que oito crianças morreriam se ele não fosse a uma estação abandonada de trem e assinando como "Doutor Morte".

Ao ver o desafio publicado, Bruce Wayne não pensou duas vezes. Mesmo sabendo que era uma armadilha, ele não poderia arriscar a vida de crianças inocentes, ainda mais considerando que a mensagem foi publicada no rodapé de uma matéria que falava sobre oito raptos misteriosos.

Ao chegar no local, Batman encontra as crianças, mas também uma dúzia de capangas armados esperando por ele. Sua prioridade era soltar os infantes e deixá-los em um lugar seguro.

Feito isso, ele voltou e confrontou seus captores. A linguagem corporal indicava que Jabah era o líder, portanto o Homem Morcego derrotou todos os capangas deixando propositalmente que este fugisse. Vendo a oportunidade e desconhecendo ser uma armadilha, Jabah fugiu o mais rápido que pôde.

 Dessa vez, porém, Batman o segue e invade a residência do Doutor Morte.

A luta é rápida e o segurança de Hellfern - apesar de grande e forte - é nocauteado com facilidade. Entretanto, ao cair sobre uma bancada de produtos químicos, o inconsciente guardacostas inicia inadvertidamente um incêncio de proporções enormes.

Uma viga cai, prendendo Karl Hellfern. Desse modo o Homem Morcego deve escolher entre o desmaiado Jabah ou o preso Helfern.

Firmemente, Batman diz para Karl: "Voltarei para lhe buscar", saindo da mansão carregando Jabah em seus braços. Mas assim que coloca o desfalecido capanga em segurança no chão e o algema a uma grade, o Cavaleiro das Trevas só tem tempo de assistir enquanto a mansão explode.

Horas depois os bombeiros conseguem controlar o fogo e a polícia investiga o lugar. Mesmo sem encontrar o cadáver carbonizado de Hellfern, as autoridades o declaram morto.

Mas para Batman - disfarçado de perito criminal - não havia indícios de sua morte.



Encerramento:

Mais de um mês se passa e em Blüdhaven um misterioso vendedor de diamantes chamado Ivan Herd faz sua primeira vítima, mostrando que possuía conhecimentos incríveis em química.

Talvez Batman estivesse certo, mais uma vez...
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Nota: essa história foi baseada em "The Batman Meets Doctor Death" publicada em Detective Comics #29 em Julho de 1939, sendo escrita por Gardner Fox e Desenhada por Bob Kane. O texto e os desenhos aqui contidos foram feitos por mim mesmo.

Grato pela atenção e esperando que gostem,
Ricardo.

domingo, 13 de março de 2011

2# - Revolução em San Monte


Introdução:

Em uma enorme propriedade no parque Lexington, uma figura sinistra se aproxima. Com movimentos furtivos, ela burla todos os dispositivos de vigilância do local e penetra o perímetro interno sem a menor dificuldade.

Quando os seguranças da residência percebem a invasão, é tarde demais. Metralhadoras cujos disparos podem rasgar aço como papel gritam enquanto cospem fogo em seus alvos humanos. Um a um, os membros da ultima linha de defesa daquele lugar tão bem protegido caem. Eles eram bons soldados, mas a mulher que os surpreendeu era ainda melhor.

Detonando a porta da casa com um explosivo C4, ela berra: "Emil Norvell... Alex Greer abriu a boca sobre você e o chefe não gosta de pontas soltas... vim amarrá-las. Pode doer muito ou pouco, depende do quanto eu tiver que te procurar".

Contudo, o silêncio sepulcral da casa não é um bom indício.

Sobre uma mesa no escritório de Norvell ela encontra uma nota fiscal dada por uma companhia de viagens. Aparentemente Emil fugira da América em um avião rumo a San Monte que partiria no dia seguinte. Se quisesse cumprir a sua missão, ela deveria ser rápida.

Naquele momento ela lembra de Lex Luthor lhe dizendo para tirar férias na América do Sul.


História principal:

No dia seguinte, a aeronave que transportava os jornalistas Lois Lane, Clark Kent, o industrial Emil Norvell e a misteriosa Lola Cortez chega ao Aeroporto Internacional de San Monte.

Lois e Clark se dirigiam à base de lançamento aeroespacial para assistir ao pouso da nave que logo adentraria a atmosfera terrestre. Enquanto isso, Emil fora procurar o líder dos rebeldes daquele país, que clamava um Golpe de Estado através da luta armada.

O clima político naquela nação era muito delicado: de um lado havia o governo opressor e ditatorial, porém do outro lado havia a guerrilha que formara suas forças sobre sangue inocente, tráfico de drogas e prostituição infantil. O povo - maior interessado na situação política nacional - apenas sofria com uma guerra travada por dois lados igualmente tirânicos.

Ao passo que Clark Kent ficara em terra entrevistando cientistas e autoridades da aeronautica local sobre esse marco histórico para eles, Lois embarcou em um caça para acompanhar de perto o pouso do ônibus espacial.

Entretanto, sem o menor aviso, um dos jatos deixou a formação e abriu fogo contra os aviões de seu próprio pelotão. Para Clark era claro o que estava ocorrendo: um rebelde havia se infiltrado.

O primeiro tiro derrubou justamente a aeronave onde Lois estava e todos os demais tiros foram dirigidos contra o ônibus espacial. Em meio a manobras de emergência, a mobilidade de tiro dos demais aviões da esquadrilha estava limitada, pois não podiam correr o risco de derrubar o foguete acidentalmente.

Com a velocidade do pensamento, o Homem de Aço alçou os céus e com uma simples batida estraçalhou a asa do avião usado pelo rebelde infiltrado. Em seguida resgatou Lois, que estava com problemas para abrir o páraquedas.

Em fração de segundos todos os pilotos envolvidos - incluindo o rebelde infiltrado - estavam a salvo no chão. E finalmente o Superman pôde impedir a queda do ônibus espacial.

No momento em que o herói empregava toda a sua força para diminuir a velocidade de queda da nave espacial prendendo a atenção de todos os presentes, a misteriosa Lola Cortez plantava documentos confidenciais roubados do exército de San Monte na bolsa de Lois Lane. Em seguida, acenou para um de seus contatos militares.

Quando finalmente conseguiu fazer a aeronave pousar em segurança, Superman descobre que Clark Kent está sendo caçado pelas autoridades, Lois fora presa por roubar documentos confidenciais do governo local e seria executada em meia hora por um pelotão de fuzilamento.

Injuriado com o tratamento desumano dado aos cidadãos - tanto locais quanto estrangeiros - o Homem de Aço invade a prisão onde os espiões eram executados, salvando Lois da morte certa e um imigrante estadunidense da câmara de tortura. Deixando ambos em uma ilha próxima, o herói ordena que o esperem lá, pois ele arrumará um jeito de voltarem para a América.

Voltando à prisão decidido a botar o local abaixo, Superman vê Emil Norvell numa cela.

Aparentemente o segundo maior industrial americano do ramo das armas havia sido pego negociando com os rebeldes e seria executado, depois da tortura.

Ao ver o Homem de Aço, Norvell implora para que este o ajude a fugir do local e voltar para a América. Entortando as barras com as mãos nuas como se fossem feitas de borracha, Superman liberta todos os prisioneiros - incluindo Norvell.

Ao chegar no centro da cidade, ele vê uma batalha iminente entre os rebeldes e o governo opressor. Com um único golpe no chão, o Superman cria um abalo sísmico que sacode edifícios e estoura janelas. Com sua visão de calor, ele derrete os canhões dos tanques de guerra e com a supervelocidade, arranca as armas das mãos dos soldados e as coloca nas mãos do povo.

"Eu sou Superman... não represento nenhum país, mas sim uma força imparcial e mantenedora da paz" - conclama - "O governo é corrupto e assassino, mas seus opositores têm as mãos ainda mais sujas de sangue. Que de hoje em diante o poder esteja com o povo - e seja o povo - sem ameaças ou abusos. Essas pessoas agora estão sob a minha proteção e que sejam elas a decidir quem governará suas vidas" - concluindo - "Se eu souber que um ditador voltou a tomar o poder em San Monte, dou minha palavra de que voltarei aqui e desabarei o palácio do governo sobre a sua cabeça".

A ovação popular se fez em uníssono e os guerrilheiros - fossem do governo ou da força rebelde - foram presos e seriam encaminhados a um julgamento justo.

Satisfeito, o Homem de Aço procura Norvell para levá-lo até o lugar onde estão Lois e o outro americano torturado, mas percebe que o industrial corrupto está morto. Um tiro lhe atravessou o peito. Aquele era o segundo homem que Superman, inadvertidamente, deixara morrer.

Enquanto o poderoso herói contempla a horrenda face da morte, a assassina Lola Cortez está no terraço de um prédio. Calmamente ela pega o telefone e liga para a linha particular de Lex. Com a voz inalterada, ela informa: "Senhor Luthor, quase tudo ocorreu como o senhor planejou. Infelizmente o tal do Superman salvou Lois Lane, mas Norvell - seu principal concorrente na industra armamentista - está morto, de acordo com as suas especificações. E dado o momento de guerra civil que ocorre aqui agora, ninguém desconfiará de execução. Apenas uma bala perdida. O senhor não tem mais concorrentes, sr. Luthor".

Em tom satisfeito, Lex pergunta: "Conseguiu capturar imagens daquela aberração?". E Lola responde: "Conforme o senhor requisitou, tenho várias dúzias de imagens do Superman em ação para ser catalogadas e analizadas". Com prazer, Luthor responde: "Excelente".

Apesar das circunstâncias da morte de Norvell, o Homem de Aço sabia que havia sido uma execução. A pergunta era: quem a ordenara?




Encerramento:

Na sede da LexCorp, o professor Emil Hamilton e o cientista John L. Winters finalmente terminam o projeto secreto no qual passaram tanto tempo trabalhando.

Sob o olhar brilhante de Lex Luthor, é revelado pela primeira vez o superrobô conhecido como Humanóide. Ele tem a capacidade de emular todos os gestos e movimentos de um ser humano e seria produzido em série para lutar nas futuras guerras nas quais a América se envolvesse.

Contudo, Luthor tinha uma idéia ainda melhor: Lola mandaria em poucos dias todos os arquivos com vídeos que mostravam o Superman em ação... se o Humanóide era capaz de imitar movimentos humanos poderia - com alguns reajustes - imitar todos os poderes do Homem de Aço. E assim, com um exército de Humanóides, Luthor retomaria sua cidade de volta.

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Nota: essa é uma releitura de uma história publicada em "Action Comics #2" (julho de 1938), que foi escrita por Jerry Siegel e desenhada por Joe Shuster. A capa da revista original tem arte de Leo O'Mealia. Neste blog eu utilizei o conceito da capa, mas troquei a figura do Inspetor Donald criado por Mealia pela imagem do Superman salvando Lois. Também há referências aqui ao ônibus espacial mostrado por John Byrne na "nova" origem do Superman. O texto e os desenhos aqui contidos foram feitos por mim mesmo.

Grato pela atenção e esperando que gostem,
Ricardo.

quinta-feira, 10 de março de 2011

1# - Tarzan dos Macacos


Introdução:

Por toda a Inglaterra havia rumores de que os cidadãos britânicos não estavam sendo bem tratados pelos residentes naturais da França, na África Congolesa. O famoso e rico explorador John Clayton, lorde de Greystoke, fora voluntário para descobrir o que estava acontecendo lá.

Após chegar à cidade de Freetown com Alice Rutherford, com quem casara a apenas três meses, Greystoke fretou um pequeno veleiro chamado Fuwalda em direção a um posto avançado do império inglês em meio à floresta do Congo.

Pouco se sabe sobre o que ocorreu nesse interim. A única certeza é que o lorde e sua esposa embarcaram em um navio no porto de Dover numa manhã de Maio de 1888 rumo à África. Tudo além disso, consta apenas nos diários deixados por Greystoke.

Sabe-se que apenas dois meses depois do Fuwalda levantar ferros, desaparecera. Navios de guerra britânicos percorreram incansavelmente as águas africanas, mas tudo que encontraram foram restos vindos do veleiro. Dessa forma, e erroneamente, a Coroa presumiu que o barco havia naufragado e declarou mortos todos os seus tripulantes.

O que ocorreu na realidade fora um motim contra o cruel capitão Billings que culminou na execução dos oficiais do Fuwalda e na tomada da embarcação pelos marinheiros.

O líder do motim, agora autodeclarado capitão, era Black Michael - um marinheiro que fora salvo da morte certa nas mãos de Billings graças à intervenção de lorde Greystoke. Só por isso o casal foi poupado, mas deixado à própria sorte em uma praia congolesa.

Obrigados a construir uma cabana na floresta, os Clayton viveram como puderam e até mesmo tiveram um filho, chamado John Clayton II.

Entretanto, cerca um ano após o nascimento do bebê, sua mãe Alice morrera numa fria madrugada, deixando o marido e o filho sozinhos em meio à selva. A mão do destino descia de forma cruel sobre aquele lord inglês e seu rebento.

Enquanto isso, em um bando de gorilas chamado Mangani, o macho-alfa de nome Kerchak tinha um ataque de fúria e matara muitos dos seus em uma clara demonstração de sua força e autoridade. Uma macaca chamada Kala teve seu filhote morto por ele.

Obedecendo o líder, outros gorilas se espalharam pela região em volta de onde viviam com o intuito de encontrar comida. O trabalho seria muito mais árduo agora que Kerchak matara boa parte dos machos. Por isso, muitas fêmeas também foram mandadas em busca de alimento.

O grupo liderado pelo cruel líder símio encontrou a cabana de lorde Greystoke. Enquanto três gorilas invadiam o local e reviravam suas coisas em busca de comida, Kerchak matava o nobre inglês. Porém foi espantoso terem encontrado um bebê.

O líder do bando ordenou a morte do filhote humano, mas Kala - que passou dias carregando seu próprio filhote sem vida nos braços - decidiu que adotaria aquela criança tão pequena, a quem nomeou de Tarzan, ou "Pele Branca", no idioma dos gorilas. Tublat, o companheiro de Kala, foi contra. Mas ela ameaçou abandonar a tribo e, portanto, lhe foi permitido ficar com o filhote.



História principal:

O pequeno Tarzan era considerado fraco e descartável. Enquanto um gorila de dez anos já pode ser considerado um adulto plenamente maduro e independente, um humano de dez anos é apenas uma criança incapaz de sobreviver sozinha aos perigos da floresta.

Tarzan sentia-se rejeitado e por isso passava boa parte do seu tempo explorando a floresta.

Foi justamente em uma dessas aventuras que encontrou a cabana abandonada de seus pais que ainda abrigava o esqueleto do casal.

Com o passar dos anos, o jovem garoto foi aprendendo a ler nos livros infantis que Alice trouxera da Inglaterra com lições fáceis de alfabeto, como "A de Arqueiro". Os livros também ensinaram Tarzan sobre um mundo que havia além das copas da árvores africanas.

Aos poucos, o menino desprezado pelo bando ia se tornando forte como um leão e ágil como um relâmpago. A prova de fogo foi sua luta com o chimpanzé Bolgani, na cabana de seus pais. Apesar de ferido, Tarzan o matou usando uma faca que encontrara entre as ferramentas de seu pai. Agora, depois que se recuperasse, ele seria mais respeitado por seu bando.

Depois de plenamente recuperado, então aos treze anos, o jovem participou do ritual Dumdum, que marcava sua emancipação.

O corpo do gigantesco gorila de um bando inimigo fora jogado sobre o chão e os membros de seu bando avançaram ferozmente sobre ele para comer. Tarzan era pequeno, ainda, porém esperto. Usando mais uma vez a faca que fora de seu pai, ele conseguiu se aproximar daquela que seria sua refeição e tirar um enorme naco do antebraço... uma parte que Tublat queria para si.

Repleto de ódio, Tublat avançou contra o menino que subiu agilmente nos troncos mais altos e finos das árvores - que não suportariam o peso de seu oponente - e pôs-se a lhe provocar fazendo carecas e berrando insustos.

Enlouquecido, Tublat atacou todos os gorilas que viu. Estraçalhou dezenas de filhotes pelas cabeças, estourou os seios de suas mães que tentavam salvá-los e matou todos os machos que ousaram tentar detê-lo. Com a força da loucura, ele urrava. Todos os gorilas - incluindo Kerchak - fugiram e se esconderam. Apenas Tublat e Tarzan estavam naquela arena.

Desesperada para salvar seu filho, Kala correu em seu encalço, mas fora derrubada por Tublat. No afã de defender a mãe, Tarzan desceu da árvore e se colocou entre ela e seu oponente.

Com a cólera esvaindo por seus olhos, Kublat grunhiu um riso sádico e avançou contra o jovem: ele finalmente mataria aquele macaco sem pêlos que tanto odiava e puniriam sua parceira por tê-lo desobedecido e dado abrigo àquela aberração.

No entanto, com a segurança da mãe em risco, o jovem Tarzan agarrou o pescoço de Tublat e enviou algumas dezenas de vezes a afiada faca de seu pai no forte peitoral do gorila. Segundos se passaram e o símio tombou. Todos os macacos voltaram: o enlouquecido Tublat estava morto.

Aos brados, Tarzan disse aos Mangani: "Eu sou Tarzan... um grande lutador. E que, de agora em diante, todos respeitem Tarzan dos Macacos e sua mãe, Kala. Nenhum de vocês é páreo para mim e que meus inimigos se acaltelem".

Em seguida, bateu sobre o próprio tórax e bradou aquele que seria seu lendário grito de guerra.

O tempo passava e Tarzan apenas se tornava mais forte, veloz e hábil. Podia jamais ser tão forte quanto seus irmãos gorilas, mas sua inteligência o tornava o caçador mais notável de todos.

Certa manhã, enquanto explorava os muitos livros e pertences ainda contidos na barraca de seus pais, Tarzan viu um movimento incomum. Criaturas, que pareciam com ele, mas tinham a pele negra como Ébano, avançavam rumo a reserva de seu bando. Apesar de curioso, o rapaz de agora dezoito anos não deu muita importância.

Aqueles eram selvagens de uma tribo de canibais, que foram expulsos da terra de sua tribo pela invasão de homens brancos em busca de marfim. Agora eles construiam uma nova tribo próximo de onde viviam os Mangani, o povo de Tarzan.

Kulonga, o filho do rei Mbonga, decidiu explorar a floresta além dos domínios de seu pai. Durante essa exploração, ele acabou encontrando casualmente Kala.

Faminto, decidiu que comeria a fêmea de gorila e levaria o que sobrasse para sua aldeia. Kala tentou fugir, desesperada, mas uma lança envenenada foi o bastante para matar a mãe adotiva de Tarzan. Ao longe, todos puderam ouvir seu grito final.

Temendo aquela espécie estranha, os gorilas decidiram que não a vingariam e assim deixariam a morte de Kala impune. Mas Tarzan, não.

Seu grito ecoou por toda a selva e os animais - nunca se soube o motivo - responderam ao seu clamor. Tantor, o elefante, ajudou o rapaz a encontrar a trilha deixada por Kulonga e assim Tarzan pôde enfim seguir o homem que matou sua mãe.

Observando por longos dias, percebeu que Kulonga tinha armas que havia visto apenas nos livros de seu pai, como o arco e as flechas. Uma noite, enquanto o canibal dormia, Tarzan roubou suas armas e ao acordar, Kulonga se desesperou, pois estar na floresta congolesa desarmado seria suicídio. Então decidiu voltar para sua tribo.

Antes que ele conseguisse chegar, o jovem menino-macaco laçou o pescoço do antropófago com um cipó e dependurou-o em uma árvore. Encarando seu inimigo nos olhos, Tarzan enfim pôde matá-lo com um golpe de faca no coração e assim vingar Kala.

Contudo, havia uma tribo repleta de criatura como Kulonga. O que fazer?

O jovem se aproximou deles e pôs-se a analisar. Viu que tinham centenas de flechas envenenas e, quando todos esvaziaram a aldeia porque alguém havia encontrado o corpo sem vida de Kulonga, roubou todas as flechas que pode, deixando uma terrível bagunça.

Ao ver a bagunça, os supersticiosos canibais passaram a achar que haviam desagradado algum espírito da floresta e passaram a colocar oferendas de comida diariamente no local de onde Tarzan havia roubado as flechas. Na época ele se divertiu, sem saber que isso ainda viria trazer grandes problemas para ele e sua tribo, no futuro.

Ao voltar para casa, o rapaz foi atacado por Sabor, a leoa.

Graças às flechas que roubara e a faca de seu pai, o jovem derrotou a leona, bradando logo em seguida um grito que ecoou pela selva inteira. Depois de comer a carne da oponente, ele retirou sua pele para levar como troféu da batalha contra a temida rainha dos felinos.

Todos os gorilas se amontoaram em volta de Tarzan para ver a carcaça de um leão e ouvir a história de sua brava luta. Isso, porém, encheu o líder Kerchak de ódio.

Espumando furiosamente, o macho-alfa dos Mangani avançou contra qualquer coisa que se movesse e acabou ferindo mais de uma duzia de gorilas machos em seu ataque. Mas seu alvo era Tarzan, que fora finalmente desafiado pelo Rei dos Macacos.

As flechas estavam longe, logo o rapaz contava apenas com a sua astúcia e com a faca de seu pai para enfrentar um oponente enormemente mais forte. Em resposta ao avanço de Kerchak, Tarzan saltou para o lado e cravou-lhe completamente a lâmina da faca no peitoral, mas isso não matou o líder do bando.

Veloz, o gorila agarrou o jovem com o intuito de fazê-lo largar a arma. Dirigiu-lhe um golpe contra a cabeça que se tivesse acertado, certamente seria fatal.

Segurando uma pedra, o rapaz golpeou com violência o estômago do oponente fazendo verter sangue pela terrível ferida aberta em seu peito. Kerchak cambaleou, mas lhe agarrou pelo pescoço e, segundos antes de atacar sua garganta, finalmente caíra morto.

Tarzan recuperou a sua faca e gritou: "Eu sou o Rei dos Macacos!".

Terkoz, filho legítimo de Tublat, era o único a questionar a autoridade de Tarzan ante os gorilas, mas assim como seus companheiros, tinha medo demais para confrontá-lo. Dessa forma, apenas começa aquela que será a mais lendária saga já acontecida na África: a história de Tarzan.





Encerramento:

Enquanto isso, na Europa, um novo navio parte rumo à África.

Nele está o famoso cientista estadunidense Archimedes Q. Porter, sua filha de dezessete anos Jane Porter, seu assistente Samuel T. Philander e o nobre William Cecil Clayton, primo legítimo de Tarzan, que procurava por vestígios do sumiço dos tios.

Eles chegariam ao continente africano em dois meses, embarcariam num veleiro chamado Arrow e no Congo seriam guiados pelo oficial francês Paul D'Arnot.

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Nota: essa história reconta trechos do livro original de Edgar Rice Burroughs, "Tarzan of the Apes", dividindo a história em duas partes para melhorar a continuidade. A aparência do personagem central foi baseada no estilo criado pela Disney, mas dando proporções corporais mais realistas. O rosto, assim como feito no desenho animado, é baseado na fisionomia de Tony Goldwyn, dublador do personagem no cinema. O texto e os desenhos aqui contidos foram feitos por mim mesmo.

Grato pela atenção e esperando que gostem,
Ricardo.

quarta-feira, 9 de março de 2011

1# - Verdade: Vermelho, Branco & Negro


Introdução:

Após a vinheta de abertura do programa de televisão chamado "Marvels", aparece seu apresentador, Phil Sheldon. Fotógrafo do Clarim Diário desde os anos 40, ele presenciou o surgimento de todos os grandes heróis das eras de Ouro e Prata.

"Muito se engana quem pensa que a primeira cobaia para o projeto do supersoldado foi realmente o Capitão América - um homem branco", se lamenta, "Infelizmente, nosso país manteve uma lamentável prática: entre 1932 e 1972 o Serviço Público de Saúde dos Estados Unidos da América fez experimentos em mais de 400 pessoas negras para entender como a sífilis afetava aos brancos. Os negros eram usados como cobaias humanas, em projetos científicos, pelos laboratórios farmacêuticos e até pelo governo, no desenvolvimento do supersoldado".

Após a exibição de algumas imagens, ele continua: "Isaiah Bradley, Maurice Canfield, Lucas Evans, Jefferson Jamison, Dave Plumb, Damon Larson e Jack Harvey foram os primeiros homens a ter em suas veias o famoso soro do professor Reinstein, ainda em 1941".

"Contudo" - continua - "Harvey sofreu uma morte prematura, Larson enlouqueceu devido a ausência dos Raios Vita durante o processo, tanto Plumb quanto Jamison foram mortos durante uma missão na Alemanha, enquanto Canfield e Evans acabaram matando um ao outro em uma briga. Único sobrevivente, Bradley vestiu o primeiro protótipo da roupa de Capitão América e invadiu sozinho Schwarzebitte, na Alemanha, em outubro de 1942".


História principal:

Mal a noite começara e o Capitão América neutralizava três guardas que vigiavam uma das portas de acesso do campo de concentração e derrubava cerca de uma dúzia que protegiam o galpão onde os nazistas gurdavam munições e explosivos.

Depois de mandar o arsenal alemão pelos ares e queimar todo o prédio onde eram mantidos registros sobre os prisioneiros, Bradley se surpreendeu ao ver um laboratório repleto de cadáveres humanos usados como cabaias em experiências crueis. Com lágrimas nos olhos, ele explodiu essa sala de horrores também.

O céu da noite brilhava um alaranjado bruxuleante pelo fogo que queimava Schwarzebitte sem conseguir expiar os pecados nazistas.

Sozinho e trocando tiros com uma tropa composta por mais cem soldados do Eixo, a única escolha do Capitão América era bater em retirada. Sem muitos lugares aonde ir, ele viu uma porta blindada e entrou, percebendo tarde demais que era uma câmara de gás.

Mais de mil judeus desesperados com a morte iminente viram o Capitão entrando naquele abatedouro humano com um fuzil em mãos e acharam que ele era um carrasco nazista. Sem pensar duas vezes, todos se lançaram contra ele em uma luta frenética para derrubá-lo, salvando assim suas próprias vidas.

Em meio à luta caótica ninguém percebeu que as saídas de gás haviam sido abertas e em poucos segundos a sala estava repleta de cianureto. Os prisioneiros judeus morreram quase imediatamente e Isaiah Bradley desmaiou.

Mais tarde o herói fora confrontado por Hitler em pessoa, acompanhado de Josef Goebbels. Cinicamente, o führer afirmou a Bradley que a guerra que tomava a Europa nada tinha a ver com homens negros e que os inimigos, naquele momento, eram apenas os Estados Unidos.

Pleno de convicção, Hitler afirmava que a América não tratava bem os negros e que esse motivo deveria servir como incentivo para que Isaiah se unisse à causa nazista. Dissimulado, ele prometeu ao soldado americano ajudar a libertar o povo negro da opressão sofrida nas mãos do governo estadunidense em troca de ajuda na guerra.

Em resposta, Bradley disse sarcástico: "Caras, minha esposa me mataria se eu fizesse isso".

Depois de sofrer terriveis torturas nas mãos de Josef Mengele que resultaram na retirada de amostras do soro em seu sangue, Bradley foi levado para Auschwitz. Entretanto o caminhão foi abatido por insurgentes alemães e pode enfim voltar para a América.

É válido dizer que as famílias dos homens submetidos aos primeiros testes do soro do supersoldado foram enganosamente convencidas pelo governo americano de que eles morreram em combate, sendo que apenas Faith Bradley - esposa de Isaiah - foi à luta exigindo, pelo menos, ver o verdadeiro cadáver de seu marido (já que o corpo que afirmavam ser dele era branco).

Ao voltar para Faith, Isaiah, sem perceber, expos a mentira criada pelo exército estadunidense e por isso fora preso e condenado por traição por uma corte marcial, vindo a receber o perdão presidencial de Einsenhower apenas em 1960.




Encerramento:

De volta ao programa 'Marvels', Phil Sheldon continua: "Enquanto aqueles sete corajosos homens eram forçados a combater só por terem uma cor de pele diferente, o governo se felicitava com os resultados positivos do soro do supersoldado e aprendia com os erros ocorridos".

Mais imagens são mostradas na tela, enquanto Phil continua: "Era novembro de 1940 quando a máquina que acionaria os Raios Vita - necessários para estabilizar o soro na corrente sanguinea e assim manter a sanidade do supersoldado - fora terminada".

"Quatro jovens se voluntariaram para aquele que seria o mais notório experimento da América" - continua - "Harmon Furmintz, Jack Windmere, Gilmore Hodge e Steven Rogers".

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Nota: essa é uma releitura da história original "Truth: Red, White & Black" escrita por Robert Morales e desenhada por Kyle Baker, fazendo também referência à "The Adventures of Captain America: Sentinel of Liberty" que tem roteiros de Fabian Nicieza e Kevin Maguire, arte de Joe Rubinstein e cores de Paul Mounts. O personagem Phil Sheldon foi criado especialmente para a série "Marvels" escrita por Kurt Busiek e Ilustrada por Alex Ross. O texto e os desenhos aqui contidos foram feitos por mim mesmo.

Grato pela atenção e esperando que gostem,
Ricardo.

sexta-feira, 4 de março de 2011

1# - O Mestre dos Vampiros


Introdução:

Estava anoitecendo quando uma jovem advogada e seu namorado iniciam seu cooper diário no Central Park. Depois de um dia estressante de trabalho, ver o crepúsculo no mais belo espaço verde de Nova Iorque sempre foi para eles algo reconfortante.

Enquanto correm, ambos conversam sobre suas rotinas estafantes. Escritório, fórum, tribunais e outras coisas que fazem parte da vida que escolheram para si. Conforme conversam, eles se distanciam das áreas mais movimentadas do parque, indo para um cenário repleto de árvores que criam uma penumbra sombria e quase impenetravel.

Tão subitamente quanto uma tempestade de verão, uma estarrecedora figura trajando roupas nobres similares às da Inglaterra Vitoriana salta sobre eles.

Com um único olhar, a criatura paralisa seus movimentos. Impotente, o jovem promotor assiste sua namorada tendo o sangue sugado por cruéis garras fincadas em seu pescoço. Momentos depois, o rapaz sofre o mesmo destino. E no meio do Central Park, o casal encontra a morte.

Seu algoz, conhecido como Vampiro Mestre, percebe tarde demais que houve uma testemunha.

O dono dos olhos que preseciaram tal ato hediondo foge com todas as suas forças. Ele já está longe demais para que o ancião cainita use seu olhar hipnótico, mas nada o impede de invadir sua mente e descobrir seu nome: Sander Amster.


História principal:

Mais tarde, ainda naquela noite, o senhor Amster recebe a visita do único homem que talvez pudesse ajudá-lo efetivamente contra vampiros: o Doutor Oculto.

Na sala de estar, Sander recebe o renomado D. Richard Occult e sua esposa Rose Psychic. Logo que chega, Oculto pergunta onde está a esposa de seu anfitrião, que responde que como médica, ela teve que atender um paciente que havia telefonado em busca de ajuda urgente.

Rose invoca seus poderes de Spiritus e confirma os temores de Ocult: a mente de Sander havia sido mesmo violada por um vampiro. Contudo, não parecia ser um vampiro qualquer, mas sim o patriarca de toda uma linhagem de vampiros novaiorquinos - um Vampiro Mestre.

O grande medo de Sander é ser caçado por uma horda de cainitas, mas Oculto afirma que isso não aconteceria. "Se um vampiro patriarca - e saliento que esses seres respeitam acima de tudo suas hierarquias - saiu pouco depois de anoitecer para caçar uma presa ao invés de mandar seus lacaios, só pode significar duas coisas: ele não conta com nenhum lacaio, além de estar desesperadamente faminto", conclui o Doutor.

Logo em seguida, a esposa de Sander retorna. Em um silêncio sepulcral, ela ignora todos os presentes naquela sala, dirigindo-se até a cozinha. Como um robô que apenas segue sua programação, ela apanha uma faca de cortar carne e avança contra seu próprio marido. Oculto a desarma e Rose dá o veredicto: "Ela estava sob controle mental do Vampiro Mestre".

Após usar seu poderoso amuleto - o Símbolo dos Sete - para libertar a mente da Sra. Amster, Oculto pede que tragam um copo de água para ela. Sentada e se recuperando rapidamente, a médica relembra o que aconteceu até aquele momento.

Aparentemente a emergência telefônica fora apenas um chamariz do Vampiro Mestre para convencer a esposa a matar o próprio marido.

Ela lembra de ser surpreendida e obrigada a encarar olhos que sequer pareciam humanos. Uma voz em sua mente controlava seus movimentos. Involuntáriamente, ele deveria seguir duas ordens: matar Sander Amster e depois deitar-se em seu quarto deixando a janela aberta.

Era bastante óbvio que após o homicídio, o Mestre pretendia consumir o sangue dela.

Enquanto isso, não muito longe dali, o Vampiro Mestre ouve gritos vindos de dentro da residência dos Amster seguidos por batidas secas de punhal invadindo carne. Para ele o plano havia dado certo: Sander já deveria estar morto e sua esposa, pronta para ser consumida.

Subindo como uma sombra pelas paredes da mansão, ele encontra uma janela aberta, exatamente como havia ordenado. No quarto, um corpo de mulher encontra-se deitado sobre a cama, embaixo de lençóis de seda e com o pescoço à mostra, completamente indefesa e entregue à morte. Excitado, o Vampiro Mestre se aproxima da cama.

Para o seu espanto, a mulher que ele tentara matar não era a Sra. Amster, mas sim Rose Psychic, que consegue paralisar os movimentos do cainita usando os poderes de Spiritus.

Pego de surpresa, o vampiro leva alguns segundos para entender o que estava acontecendo e se libertar do poder espiritual que o prendia. Mas logo após recobrar seus movimentos, o quarto é invadido pelo Doutor Oculto que usa o Símbolo dos Sete para prendê-lo eternamente.

Contudo, uma pergunta fica no ar: porque um vampiro se preocuparia em eliminar uma testemunha, se ele comete crimes diários?

A resposta, o próprio Sander pôde arriscar dar: "Acho que ele pretendia apenas me paralisar, quando me viu. Mas ao entrar em minha mente, descobriu que o sangue de minha esposa - bem como o de nosso filho que está na Europa - é O-, muito raro. Talvez tenha um gosto diferente para ele, mas acredito que tenha sido essa a razão".

Talvez a razão fosse aquela, mesmo. Ou talvez não fosse. Muito provavelmente, eles jamais saberiam quais as reais motivações do Vampiro Mestre.

O importante agora é que ele estava preso e nunca mais causaria problemas novamente.



Encerramento:

Poucos dias depois do aprisionamento do Mestre Vampiro, um cainita ancião do Décimo Círculo chamado Crúcifer está pensativo no reino da Markóvia, no Leste Europeu.

Agora a maior cidade da América do Norte estava defasada de um ancião. Algo deveria ser feito. Um vampiro de nome Roderick se aproxima do mestre, ajoelhando-se e dizendo: "Ouvi falar que na América há um reino subterrâneo secreto chamado Abyssia, senhor. Me permita ir para lá e eu tomarei o controle do continente em nome do Décimo Circulo, novamente".

Pensativo, Crúcifer diz: "Vá, crie uma rainha para si e nos devolva a América".

quinta-feira, 3 de março de 2011

1# - O Tarântula Ataca


Introdução:

O local era familiar, porém a realidade parecia distorcida... beirando o surreal. Wesley Dodds lembra de visitar aquele parque com seu pai quando era criança. No entanto, o local que um dia fora o palco de sua infância idílica, agora parecia sem vida e assombrado.

Vagando por entre brinquedos a muito abandonados, Wes percebeu uma moça correndo. Ela era linda como um sonho, mas parecia fugir de seu pior pesadelo. Ele já havia a visto antes - Vivian Dale - a mais brilhante entre todas as estrelas no firmamento de Hollywood. Contudo, uma pergunta ficava: do que ela estava fugindo?

Dodds a segue apenas para testemunhar enquanto a jovem cai numa gigantesca teia de aranha e está prestes a ser atacada por um aracnídeo colossal.

Wes quer ajudá-la, mas seu corpo não o obedece. Sua voz recusa-se a sair. Ele está petrificado.

Ao fundo consegue ver a imagem imponente de Morpheus - o verdadeiro Sandman - conhecido pelos mortais apenas como Sonho. Reunindo toda sua força, Wesley Dodds grita a plenos pulmões clamando pela ajuda daquele que os observa inerte.

Quando consegue gritar, ele acorda.

Mais uma vez o industrial do ramo químico havia tido um sonho premunitório e portanto uma vez mais ele se sente apenas uma peça no incompreensível tabuleiro de xadrez que é Morpheus e sua missão perpétua. No entanto, uma vida inocente está em jogo e Dodds pretende salvá-la.


História principal:

Em um bairro afastado de tudo, mas ainda na cidade de Nova Iorque, um homem solitário está sentado num cômodo de sua mansão.

Seus pensamentos - fossem quais fossem - foram interrompidos pela voz de seu mordomo anunciando a aguardada chegada de uma figura mascarada conhecida apenas como Tarântula. Aquela reunião seria o começo de tudo aquilo que o sonho de Dodds previa.

O dono da casa abriu um album de recortes e mostrou ao seu visitante uma matéria do Planeta Diário, que dizia que a atriz Vivian Dale iria se casar em um mês. Com as mãos trêmulas de ódio, o idoso diz rancorosamente: "Eu ofereci TUDO pra essa mulher, mas ela me rejeitou. Pior, preferiu esse jovem bastardo. Se não posso tê-la, ele também não terá. Entendido, senhor Tarântula? O senhor será muito bem remunerado por isso".

Naquele mesmo dia, algumas horas mais tarde, Vivian está indo para o seu trailer descansar. O trabalho fora árduo e as luzes no set de filmagens tornavam o calor quase insuportável. Porém, ao entrar no camarim, a jovem fora surpreendida pelo Tarântula, que a deixara desacordada usando um pano umedecido com clorofórmio.

A polícia investiga o rapto, mas parece que o criminoso é um profissional de talento. Muitas eram as teorias dos oficiais da lei - extorção, sequestro, vingança - mas nenhum deles sequer ousava teorizar sobre o paradeiro da atriz. Dodds, agora trajado com as roupas atípicas de Sandman, observava escondido. Ele sabia onde encontrá-la: no parque de diversões de seu sonho.

Neste interim, no guichê de entrada para a roda gigante do cenário com o qual Wes sonhou, estava Vivian, amarrada em um poste. Ao seu lado e em silêncio, o Tarântula.

Quando seu empregador chegou, a jovem mal sabia quem era. Colérico, ele a golpeou com um tapa no rosto e disse que ela pagaria pela rejeição e desprezo. Um fio de sangue escorreu pela boca da bela atriz, que à essa altura ainda não estava bem acordada de seu desmaio.

Nesse momento, com um brado firme, Sandman ordena que soltem a moça.

Com o ódio enlouquecendo-o, o velho aristocrata ordena que Tarântula mate o herói. É uma luta bem equilibrada e o vilão parece realmente ser um profissional dos mais perigosos.

Contudo, ao ver o velho pegando uma faca para cortar a garganta de Vivian, Sandman saca sua pistola de gás sedativo e coloca o mercenário para dormir em uma fração de segundo. Agora ele teria apenas poucos instantes para alcançar o mandante do crime.

Com um único salto, ele desarma o ancião, que tenta se defender com uma chave de roda, mas apenas para ser desarmado novamente. Tudo que havia nos olhos daquele homem era a loucura e sua paixão obsessiva que virara vingança. Enquanto ele permanecesse em pé, não desistiria de matar a mulher a quem idolatrava doentiamente a ponto de matar.

Com isso em mente, Sandman desfere um potente soco no queixo do homem, que desmaia.

Sirenes são ouvidas ao longe, ele solta Vivian e a instrui a ficar lá para contar aos policiais o que aconteceu e o envolvimento dos dois homens desmaiados na trama.

Depois de um longo depoimento, o moça vai embora com seu noivo. O Tarântula é desmascarado e preso, enquanto seu contratante vai para um hospital psiquiátrico até segunda ordem. Com um suspiro, um dos policiais diz: "Que bom ter sempre Sandman ao nosso lado".




Encerramento:

Na residência do investigador Dian Belmont, Dodds conversa com o amigo. Como de costume, eles tentam traduzir o significado de um estranho sonho que se repete todas as noites: uma criança feita de ouro sendo transformada em pedra.

No entanto, a conversa muda de rumo quando Wes diz ter sonhado com um homem cruel que usava animais e pessoas em experimentos para torná-los gigantescos.

Sabendo que o amigo via isso como uma missão para que Sandman protegesse inocentes, Dian sorri e fala: "Então creio que devamos tirar uns dias de folg e viajar para o interior do país, onde os seus sonhos falam sobre essas pobres pessoas gigantes".

A conversa dos dois, porém, é interrompida por uma bomba de gás entrando pela janela.

Com a máscara de ar remanescente da Primeira Guerra usada por Sandman para proteger sua identidade secreta, Dodds cobre o rosto de Dian e corre para fora da casa. Ao sair, porém, são abordados por centenas de homens da SWAT, cinco helicópteros e diversos agentes do governo.

Tomando a frente, uma mulher de atitude destemida e voz de trovão diz: "Eu sou Amanda Waller. Sabemos que você é o Sandman, senhor Dodds. O governo está enfrentando uma crise que está sendo mantida em sigilo para não alarmar a população e precisamos de superhumanos como você. O senhor já ouviu falar na Sociedade da Justiça?".

Sem obter nenhuma resposta de um Wesley Dodds desnorteado, Waller entrega um cartão para ele e conclui: "Viaje pelo país como quiser e enfrente seus gigantes - ou moinhos de vento - pra mim tanto faz. Mas volte na data impressa no cartão e esteja no local e na hora marcados".

Estarrecido, Wesley pergunta: "Por que eu iria?". Amanda Waller ri e responde em tom de ordem: "Porque eu poderia prendê-lo agora, mas não vou fazê-lo".

Quando as tropas vão embora, Dodds indaga a si mesmo: "Sociedade da Justiça?".