segunda-feira, 9 de maio de 2011

3# - O Rei das Presas de das Garras



Introdução:

Após a vinheta de abertura do programa de televisão chamado "Marvels", aparece seu apresentador, Phil Sheldon. Fotógrafo do Clarim Diário desde os anos 40, ele presenciou o surgimento de todos os grandes heróis das eras de Ouro e Prata.

"A muito tempo atrás havia um aventureiro... pioneiro da aviação... chamado John Rand" - inicia Phil - "certa noite, quando voava na companhia de sua esposa Constance e seu pequeno filho Davis, os instrumentos da aeronave enlouqueceram, culminando num desastroso pouso de emergência. Com eles, estava um caçador chamado Paul de Kraft. Ao ver a floresta onde estavam, presumiram ser o Congo".

Com um sorriso misterioso, como de quem já sabe o final da história, continua: "Paul acabou mergulhando na densa vegetação e desapareceu em sua gananciosa busca por esmeraldas", conclui.

"Os anos passaram e Constance acabou falecendo, vitimada por algum tipo pouco conhecido de doença da floresta. Quanto a John, sua mente fora sucumbida pela fome e pelo desespero, fazendo com que o piloto vivesse em uma fantasia na qual a floresta havia se tornado o seu lar" - explica - "por muito tempo um grande e exótico leão da espécie 'Panthera leo vereshchagini' chamado Zar observou o pobre e indefeso David, que tinha pouco mais de um ano. Por piedade, o felino a adotou o garoto, que passaria então a ser conhecido como Ka-Zar, ou 'O Irmão de Zar', na lingua daquela terra distante".


História principal:

Vinte e cinco anos haviam se passado e Ka-zar tornou-se uma lenda nas florestas. Forte, ágil e inteligente como ninguém, ele era o caçador mais imbativel de todos. Sempre no final de suas aventuras, no entanto, voltava para a árvore que seu pai fizera de casa para cuidar carinhosamente do progenitor.

Em suas aventuras ele derrotou todo um bando de tigres com dentes tão grandes que pareciam sabres, liderou nativos até a vitória em uma sangrenta guerra intertribal, impediu que amigos fossem devorados poir uma planta assassina, expulsou um monstro marinho que aterrorizava as prais com pérolas mágicas e derrotou um ser híbrido entre cobra e homem, libertando o seu povo.

Aos quatro ventos, o nome Ka-zar era comemorado.

Contudo, quando voltava ao lar de seu pai em uma noite de verão, presenciou o local pegando fogo. O corpo de seu progenitor já descansava sem vida e nas mãos do velho Paul de Kraft repousava a arma do crime. Aquele a quem o jovem chamava de "Cara Gorda" sentiu toda a fúria do rapaz.

O rugido colérico do irmão de Zar resoou tão brutalmente que em toda floresta pôde ser ouvido e não houve animal que fosse - presa ou predador - que não tenha temido por sua vida naquela noite.

Usando seu rifle para fugir, Kraft conseguiu despistar seu algoz, mas não por muito tempo. Duas semanas depois começaram a surgir rumores de um humano usando um bastão que cuspia fogo para roubar o ouro e as pedras precisas que para os nativos eram apenas enfeites bonitos.

Juntando os mais bravos guerreiros das selvas, Ka-zar criou a Legião, que caçou sem descanso Paul de Kraft por cinte dias e vinte noites, até enfim encontrá-lo. Por decisão unânime, Kraft fora preso em uma caverna até que um conselho de homens mais velhos liderados pelo jovem Ka-Zar decidisse o que fazer com o criminoso que tanto mal fizera naquela terra.

Contudo, um dos guerreiros de confiança de Ka-zar o traiu, libertando Kraft em troca de uma pequena esmeralda que acreditava ter poderes mágicos.

Enquanto o jovem guerreiro se lançava numa caçada em territórios desconhecidos com alguns de seus homens de confiança em busca do assassino de seu pai e do traidor de sua tribo, os sábios anciões reforçavam sua sociedade, criando o primeiro império que aquela terra já havia visto.

Muitas luas se passaram e grandes desafios (como répteis gigantescos) foram enfrentados até que enfim Ka-zar pudesse estar frente a frente com aqueles que procurava.

A pena fora de morte e a execução de ambos, rápida. As cabeças seriam levadas de volta à tribo.

No entanto, ao se aproximarem de um arrecife, viram um dos cidadão de sua tribo ferido. Antes de morrer ele contou que homens estranhos - brancos e com poucos pêlos, como Ka-zar - haviam chegado com bastões que cuspiam fogo e dominado a civilização que lá estava sendo criada.

Com seus soldados e seu irmão de armas Zar, o jovem travou uma guerra descomunal e épica contra aqueles estranhos que falavam um idioma que ele não compreendia. Doram necessários quatro auroras para que Ka-zar expulsasse ou matasse os invasores. E assim seu nome passou a ser celebrado e comemorado como o maior guerreiro de toda aquela terra longuinqua.

Ele só nunca compreendeu porque os inimigos usavam peles e roupas tão quentes, se a temperatura naquela floresta era tão absurdamente alta e o clima úmido.



Encerramento:

De volta ao programa 'Marvels', Phil Sheldon conclui: "O que aquele herói selvagem jamais poderia imaginar é que, ao contrário do que seu pai acreditava, eles não estavam no Congo. Mas sim num paraíso tropical que parou no tempo e encontrasse no meio da Antártida, chamado Terra Selvagem".

"Um lugar onde homens e dinossauros podem coexistir" - conclui - "sendo que até mesmo o seu amigo leão, era uma espécie extinta a milhões de anos. Mas para a posteridade, Ka-zar deixou um nome que tornou-se uma lenda e seria usado no futuro para se referir a outro herói cujo destino foi muito familiar. Um jovem chamado Kevin Plunder. Mas essa história é para outro programa".

E assim termina mais uma edição de 'Marvels'.

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Nota: essa história foi baseada na original publicada pela Manvis Publicações em Outubro de 1936, escrita por Bob Byrd e trazendo Martin Goodman como editor. A história aqui é só levemente baseada no original de nome "King of Fang and Claw" e eu não me ative muito aos detalhes por duas razões: possibilidade de criar um link entre as duas encarnações do personagem; e o fato de considerá-lo uma cópia descarada do Tarzan que não merece muito respeito. O texto e os desenhos aqui contidos foram feitos por mim mesmo.

Grato pela atenção e esperando que gostem,
Ricardo.

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