sábado, 28 de maio de 2011

4# - A Sombra do Morcego


Introdução:

Durante todo o jantar Julie Madison estava diferente. Bruce Wayne, como seu noivo, sabia disso. Por isso o fato de Batman seguí-la noite a dentro depois do encontro fora uma reação óbvia.

O inesperado, contudo, é o que viria depois.

Munida com uma pequena pistola, Julie se aproximou de um homem de idade avançada e sepulcralmente silenciosa preparou-se para lhe dar um tiro pelas costas. Se Batman não a tivesse impedido, aquele homem certamente seria morto sem sequer perceber o que estava havendo.

Assim que fora desarmada a jovem mostrou confusa, como se acabasse de sair de um transe hipnótico. Aquele seria apenas um dos muitos mistérios à sua espera.

Depois de deixá-la em casa, Batman sugeriu que Julie ligasse para seu noivo e contasse o que houve.

Poucos minutos depois, já com Bruce Wayne, a garota diz não lembrar de nada. Ela apenas lembra que foi jantar com o noivo e depois há uma grande lacuna de memória que vai até Batman tê-la desarmado. Preocupado, Bruce sugere que ela visite um médico naquela mesma noite.

Graças ao prestígio de Wayne - o homem mais rico de Gotham City e uma das cinco maiores fortunas do mundo - um especialista e hipnose fez questão de atendê-los em plena madrugada ao saber o que acontecera que a senhorita Madison. Depois de examiná-la, o renomado médico sugere: "Tire umas férias sozinhas, senhoria Madison. E por que não a Hungria? Terra de encantos e vampiros".

Voltando a agir de forma estranha, Julie acatou a idéia. Bruce, no entanto, começou a desconfiar que ela pudesse estar mais uma vez sob transe e achou que o médico também parecia agir incomumente.

Seja lá o que estava acontecendo, parecia estar na Hungria... e Batman iria investigar.









História principal:

O céu da noite de Gotham é cortado pela figura sombria de um helicóptero que se assemelha a um morcego, uma nova máquina de Batman chamada Batgiro.

As pessoas olham para cima e se desesperam. Algumas acham que é um vampiro. Outras acreditam ser um morcego gigante. E um idoso corre gritando freneticamente: "Orson Wells estava certo... os marcianos estão chegando". Em sua nave, o herói ruma até o navio onde Julie se encontra.

Muitas horas se passam até que os protagonistas cruzem a imensidão do mar e cheguem a Budapeste, capital da Hungria. Lá começaria a investigação do Homem Morcego.

As poucas pessoas que o viam saltando os telhados dos prédios húngaros, se desesperavam acreditando ser ele um demônio da noite. Outras temiam, mais uma vez, que ele fosse um vampiro. E havia até quem jurasse que ele era o conde Drácula em pessoa, pairando pela cidade.

De repente, um gorila que parece ter mais de três metros de altura parece surgir das sombras e ataca o herói.

Lutando para sobreviver, o Homem Morcego se esquiva dos ataques do primata colossal, até que ele acaba caindo em uma rede que depois de capturá-lo é direcionada por um guindaste a um poço cheio de cobras.

Usando uma arma que desenvolvera recentemente, o batarangue, Batman corda as cordas e consegue se disvenciliar da armadilha. Uma pequena alcatéia formada por cinco lobos persegue o herói por toda a cidade até encurralá-lo em um beco sem saída.

Um dos lobos toma a forma humana do Monge, uma criatura coberta por um manto vermelho. Com uma voz cavernosa o vilão diz: "Morra aqui, enquanto mando a garota Julie ao meu castelo alimentar meus lobos!".

Nesse momento, o Batgiro reaparece e salva o herói dos lobos e do Gorila Gigante, que reaparecera.

Depois de derrubar o primata com sua aeronave, o Cavaleiro das Trevas se põe a seguir o carro do Monge, onde Julie estava. A sombra do Batgiro sobre o automóvel lembra a sombra de um falcão caçando um rato.

Tirando uma pequena cápsula de seu novo cinto de utilidades, Batman joga uma bomba de fumaça que força o carro a parar. Furioso, ele destrói a porta do veículo e encontra lá dentro, além de sua noite, uma jovem que também parecia estar em transe e se chamava Dala.

Num luxuoso quarto de hotel, Julie se recupera e Dala conta que o Monge é uma criatura quase lendária em Budapeste. Dizendo que passara anos como prisioneira dele, a jovem que trazia consigo marcas de mordida no pescoço afirma temê-lo e diz para Batman onde o encontrar.

Na companhia das duas mulheres Batman segue para os Montes Carlathans onde fica o castelo do vilão.

No entanto o helicóptero onde eles estão é preso por uma rede gigante e a figura do Monge surge rindo... o Homem Morcego caiu em uma armadilha novamente.

Dala se mostra uma traidora a mando do próprio Monge e sugere que Julie seja assassinada na frente de Batman. O vilão, porém, diz que tem planos maiores para ela. Ao ver os protuberantes dentes caninos da traidora e o poder que o Monge tem sobre as criaturas da noite, o Cavaleiro das Trevas conclui que eles eram realmente vampiros. O Monge diz que irá vampirizar Julie na frente do herói.

O Homem Morcego reage na tentativa de salvá-la, mas é arremessado em um poço cheio de lobos. Mais uma vez usando bombas de gás, dessa vez lacrimogênio, ele consegue escapar.

Já estava amanhecendo quando o herói amarrou um batarangue com uma corda usando como gancho de escalada e logo ele presumiu que o Monge e Dala deveriam estar dormindo... longe da luz do dia.

Dentro do castelo do inimigo ele encontrou Julie, que estava sã e salva graças ao horário em que foram capturados (quase de manhã). Então o Cavaleiro das Trevas se pôs a investigar o castelo por toda a manhã e parte da tarde, descobrindo que o Monge era um híbrido raro entre vampiros e lobisomens.

Derretendo uma espátua de prata, o Homem Morcego cria alguns projéteis de prata, vai até o caixão onde Dala e o Monge descansavam e mata ambos com os projéteis lançado contra a região do plexo solar.

Assim, ao anoitecer, Batman e Julie puderam embarcar no Batgiro e deixar a Hungria.






Encerramento:

Em uma caverna abaixo da Mansão Wayne Batman prepara uma nova parte de sua indumentária que seria uma de suas marcas mais conhecidas: o Cinto de Utilidades.

No cinto haviam batarangues, uma corda, um par de algemas, um conjunto localizador/rastreador, um comunicador, dardos tranquilizantes, um kit de primeiros socorros, um pente de balas de prata, binóculos de visão noturna, uma lanterna, um mini extintor de incêndios, acetileno (para cortar superfícies muito duras), um conjunto de lock picking (ferramentas para abrir fechaduras), bolas de gude, uma microcâmera, bombas de fumaça, de gás lacrimogênio, uma máscara de ar, um canivete de trinta funções, uma chave-mestra, um tazer, bombas de fórforo, um bolso com mil dólares em notas pequenas, envelopes para conter evidências criminais, luminol e uma pistola com grampo auditivo.

Enquanto o herói aumenta ainda mais o seu arsenal na luta contra o crime, no Décimo Círculo o cainita anceão Crúcifer ordena que seus subalternos recolham o corpo do Monge e o salvem.

Mesmo que mais ninguém soubesse, Crúcifer conhecia o plano do vilão: hipnotizar a jovem Madison e usar a influência de seu nome e de sua situação como noiva de Bruce Wayne para conseguir vampirizar as pessoas mais ricas do planeta e assim dominar o mundo aos poucos.

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Nota: Essa história é baseada num clássico conto de Batman que, apesar de não ter um título, fora posteriormente batizado como 'Batman versus the Vampire'  publicada em Dectetive Comics #31 (Setembro de 1939) e Detective Comics #32 (Outurbo de 1939). A importância dessa história é ímpar para a cosmologia do Cavaleiro das Trevas, pois foi aqui que se definiu sua aura sombria e gótica. Aqui também ele faz uso pela primeira vez de seu cinto de utilidades, dos batarangues e do Batgiro. A capa criada por Bill Finger é até hoje uma das mais copiadas estreadas pelo Homem Morcego. Outra coisa importante é que essa foi a primeira vez em que Batman caiu em armadilhas elaboradas - recurso esse que seria repetido à exaustão nos anos 60. O texto e os desenhos aqui contidos foram feitos por mim mesmo.

Grato pela atenção e esperando que gostem,
Ricardo.

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